Maria Alzira Seixo escreveu in Discursos do Texto o seguinte:
“Escritor é aquele que escreve. Mas que será escrever? Cobrir papel com tinta? Isso será outra coisa; desenhar, por exemplo; ou fazer contas; ou escurecer a folha branca, de tal modo que fique negra. Então, para definir o que é escrever, e procurando a fórmula mais apropriada, eu direi: é aquilo que o escritor faz. Mas tudo o que o escritor faz é escrita? O escritor come, o escritor bebe, o escritor dorme; ama e odeia; trabalha e repousa, olha e cheira; toca; faz. Mas nem sempre cumpre tudo isso: por vezes, só come, dorme, repousa, cheira, toca; noutros casos, fundamentalmente trabalha, olha e faz.
Isto talvez queira dizer alguma coisa. Mas não quer ainda dizer aquilo que procuro, que é uma definição de escrita ou de escritor. E descubro que só entendo uma coisa pela outra e que a palava é o coração da acção.
Esta descoberta me satisfaz, por agora, e dela sei o nome: autonímia.
Descobri então uma palavra, uma acção- e descobri a(s) escrevendo.
(Então serei escritora?) (…)”
(…) Escrever é descobrir, então. Revelar, também…
(…) Escritor é aquele que escreve?
Não: escritor é aquele que faz com palavras.
E a palavra é de ordem, é uma ordem, é um dos caminhos da construção.”
Maria Alzira Seixo, Diário de Notícias, 8 de maio de 1975, in Discursos do Texto
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