O caminho de volta – Téta Barbosa
Cortar o tempo
Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez,
com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para diante vai ser diferente
Carlos Drummond de Andrade
Estamos sempre adiar para amanhã. Podia ter sido hoje , mas é assim, julgamos que vamos ter o tempo todo do Mundo e quando vamos ver, já era.
É assim, passou, ardeu, foi-se... tudo. O momento, a hora, a ideia não se concretiza. Fim.
Dizia o Ricardo Araújo Pereira há dias que passamos pela Vida como o condenado pelo corredor da morte. Acharíamos estranho se o condenado se risse... Mas continuamos em frente até ...à morte sempre a rir . Era qualquer coisa como isto, ... mas a ideia era seguramente esta.
E é verdade. Que fazer se não rir? Ou então viver o corredor da melhor forma, torná-lo mais largo, com mais luz, derrubar-lhe umas paredes, provocar umas manobras de diversão durante o percurso para o demorar e tornar mais longa a travessia... Ou mais agradável, mais ilusória...
A vida é tão curta dizemos nós quando já passámos uns anos valentes a encurtá-la, a desejar atingir um ponto que nem sabemos qual é. Saltamos de data em data, vamos "abatendo" a distância entre o que queremos realizar e, nem nos apercebemos que estamos a abater a vida.
Vivemos en função das férias de Verão, das férias da Páscoa que nos levam para paragens distantes, dos aniversários, do natal... dos feriados e curiosamente do Carnaval... Há uma canção que diz que a Vida é um carnaval... Pois que sim,.. deve ser isso mesmo.
Então qual é a próxima etapa??!! As férias pois claro. Trabalhamos que nem uns escravos para garantir 15 dias de férias ou um mês a ver os dias passar.
Já não sei se não estão certos os jovens que partem por esse Mundo fora, à descoberta e que vão ficando aqui e ali, ganhando dinheiro aqui e acolá, autênticos nómadas cheios de vida, de conhecimento, de experiência.
Ensinaram-me na minha geração que segura era a casa, a família, o país... E o Mundo é tão grande que quem não viaja não vive.
Cada um devia, sem apegos, sem remorsos, sem prisões, sem medos, fazer este corredor, inventar as manobras de diversão possíveis e imaginárias e viver pelo caminho.
ACCB
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