Ai que me falta tanto o Alentejo.... é já ali mas fica tão longe agora
Faltam-me as manhãs de férias grandes à solta pelos campos e pela noite fora nas temporadas de estio... eu, miúda presa da cidade ....
Faltam-me os doces da avó... as manhãs da pastelaria fresca,... os almoços a correr que as canadas esperavam a brincadeira da muda da rega... quase a causar agressões entre vizinhos.
Faltam-me as manhãs, as tardes de sesta contrariada ( poucas que a resistência era enorme e as fugas fáceis ), fingindo que se dorme e nunca mais acaba... e não acaba que lá fora há liberdade.... há espaço e há coisas para dizer e descobrir...
Os dias de ver a Deus era o pior, vestidinho branco, soquete branco, sapatinho branco.... e nunca mais acabava a Missa, nem vinha o almoço em família longo e conversado... e as cigarras lá fora a chamarem por nós...
Posso levantar-me da mesa?
Não comes fruta?
E atirava um "lá em baixo na quinta da Tia Inácia, depois ao lanche!"
E era um ver se te avias já de roupa trocada para voltar só à noite, jantar na mesa depois do banho tomado .... nem cabelo seco precisava. O serão era de calor e a noite tudo serenava.
Ai que me fica tão longe o perto.