Nenhuma palavra acorre hoje para me ajudar a carregar com o dia.
Contemplo longamente (ver é agora a minha única paixão)
a ave que desenhaste no meu caderno,
ferida em pleno voo – quem terá forças para impedi-la de morrer?
Outras gaivotas passam quase rente à janela, vai chover.
Troco este céu impassível pelas dunas de Fão, agora só na memória.
Também aí as gaivotas anunciavam que a luz mudara de direcção,
e algumas aproximavam-se tanto do meu rosto que eu chegava a recear que me bicassem os olhos.
Elas vêm e vão, o céu está agora mais claro, já não as vejo.
Talvez não caia mais que um dedalzinho de água, ou nem isso sequer.
Eugénio de Andrade
28.2.86
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