Se me dissesses agora de uma forma imperativa:- Escreve!...
acho que choraria de dor, de raiva, de sentido..... de falta de sentido,...sem sentido. ....
Se me perguntasses:- Porquê?!
Dir-te-ía que me roubaram a vontade de escrever, não sei se com ela me levaram a alma, mas há gente assim que nos rouba a vontade e nos leva a alma.
Se me dissesses :- Não vale a pena.
Eu diria:- Vale! Vale a pena sim. Gritar a raiva de conhecer o que não é e se disfarça em tons nublados de ser, uma mentira, uma loucura inexplicável, uma frieza de ânimo só igualável à dos que praticam os crimes de forma premeditada...
Dir-me-ías:- Andas a trabalhar muito!
Dir-te-ía:- Nem o trabalho me desvia o olhar da maldade das almas que estão doentes, frágeis, inseguras e por isso se tornam desmesuradamente perversas... e morrem, morrem aos poucos, lentamente como se a morte fôsse para beber de um trago. E querem arrastar nessa morte desgrenhada a alegria dos que vivem como se cada segundo fosse o único...
Há almas que nasceram para desconhecer a felicidade e sofrem com a felicidade conhecida pelos outros, a ponto de lhes quererem tirar o ar que respiram os raios do sol matinal sobre a maresia , ou a tarde à beira do sol a pôr-se...
Há almas que prometem o infinito e se afundam logo ali,...na praia.
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ACCB- escrito numa manhã de reflexão incompleta
Saber lidar com a maldade dos outros é o acto supremo da sabedoria. Porque é mesmo muito difícil. Quer pelas perplexidades com que muitas vezes nos deparamos, quer porque sentimos que não conseguimos jogar da mesma forma. Por isso. caríssima, essa é uma aprendizagem que se faz todos os dias. Felizes aqueles que não têm de lidar com isso. Até ao dia em que a descobrem a maldade pela primeira vez e, aím ficam muito infelizes, porque não estavam habituados e ficam desnorteados.
Espero que a esta hora já esteja recomposta.
De
ACCB a 29 de Outubro de 2008
Lido com maldades desde que nasci. Com as minhas principalmente. Maldades de criança.
Mas maldade maldade, talvez só qdo comecei a exercer. E de ano para ano fui aprendendo a maldade, olhando de frente a maldade,...percebendo a maldade.
Mas mesmo essa maldade não me tocava, como se eu estivesse incólome, como se eu estivesse num frente a frente com a maldade sem termos sequer de nos confrontar.
Mas o que me perturba é a maldade que eu ignoro, que eu tento não ver, que eu tento contornar, que eu tento fingir que não percebo...
E vou sorrindo, olhando para o lado até que de repente não dá mais para olhar para o lado e sai um desabafo destes... incompleto acredite.
Se eu desse asas ao que penso mesmo deste tipo de pessoas não escreveria só isto...
Mas muito muito mais, com nomes e tudo , para que soubessem que eu sei e vejo que são más.
...
Ou... serão loucas???
Lá está a a mania do benefício da dúvida.
De Teresa Hoffbauer a 29 de Outubro de 2008
Quantas vezes sinto essa raiva dentro de mim...
mas quando aprofundo essa reflexão sobre a maldade, chego à conclusao de que essa maldade, de que acuso os outros, também é uma parte do meu ser.
Escreve muito bem, mesmo muito bem... e neste momento sinto raiva por nao ter o seu talento.
Que maldade!
http://ematejoca.blogspot.com
De
ACCB a 29 de Outubro de 2008
A maldade alheia também nos torna maus. Há uma altura em que ficamos dsarmados e já só conseguimos responder com maldade também. Tenho de me controlar! ;-)
De
ACCB a 29 de Outubro de 2008
Quando mais nada resistir que valha
a pena de viver e a dor de amar
e quando nada mais interessar
(nem o torpor do sono que se espalha)
Quando, pelo desuso da navalha
a barba livremente caminhar
e até Deus em silêncio se afastar
deixando-te sozinha na batalha
e arquitectar na sombra a despedida
do mundo que te foi contraditório,
lembra-te que afinal te resta a vida
com tudo que é solvente e provisório
e de que ainda tens saída:
entrar no acaso e amar o transitório
Carlos Pena Filho
De
ACCB a 29 de Outubro de 2008
"tudo que é solvente e provisório"
É isso que estas almas não percebem.
No fio do tema:
Um livro que me impressionou:
"O mal no pensamento Moderno"
De: Susan Neiman
Gradiva
De
CM a 2 de Novembro de 2008
Não tive a coragem suficiente para comprar esse livro, lê-lo e, sobretudo, conservá-lo cá em casa...
De
ACCB a 2 de Novembro de 2008
Tenho de ler............................
Si me dijeras imperíosamente, escribe, creo que en mi rostro redibujarías una sonrisa...
Si me preguntaras porque? contestaría:
Porque hay alguien a quien aún le importo...
Si me dijeras no vale la pena:
Te diría sí...porque si me abres la puerta de tu corazón, abres la puerta del mío.No dudaría..
Si me dijeras :estas trabajando mucho!
Te contaría que sí, que felizmente tengo una tarea que quiero y me permite crecer y vivir dignamente...
Y agregaría: hay personas de luz, que a su paso dejan estelas de dulzura y que con su palabra alivian el alma...
Y hay almas que pintan, muchas veces, en nuestro cielo el mas bello arco iris...
Escrito por Rodolfo en una tarde de sol despues de leer a una amiga...
De
ACCB a 29 de Outubro de 2008
è bom saber que a minha inscrita inspirou a tua, sendo certo que adorei o que escreveste.
Bj grande
"Y hay almas que pintan, muchas veces, en nuestro cielo el mas bello arco iris..."
COMO EU GOSTARIA DE DIZERQUE ISSO!... Que lindo poema!!!
De
ACCB a 29 de Outubro de 2008
Será um poema?....Talvez seja. Obrigada.
De
hfm a 29 de Outubro de 2008
Belo!
De
ACCB a 29 de Outubro de 2008
Infelizmente assim é!
Existem almas que sugam a energia de outras almas, que nos deixam de rastos sem que precebamos a razão.
Inveja?
Infelicidade?
Nunca percebi.
Mas existem almas que precisam de ajuda.
Um abraço positivo
De
ACCB a 29 de Outubro de 2008
É isso. Também não percebo , mas concordo que precisam de ajuda.
Almas de gente que se fazem gente com alma de outros.
(Para ser completo nem precisa ser inteiro. Pedaços que são muito diante de muito que não é nada.)
Um beijo, só um.
De
CM a 31 de Outubro de 2008
"da maldade das almas que estão doentes, frágeis, inseguras e por isso se tornam desmesuradamente perversas... e morrem, morrem aos poucos, lentamente como se a morte fôsse para beber de um trago. E querem arrastar nessa morte desgrenhada a alegria dos que vivem como se cada segundo fosse o único...
Há almas que nasceram para desconhecer a felicidade e sofrem com a felicidade conhecida pelos outros, a ponto de lhes quererem tirar o ar que respiram os raios do sol matinal sobre a maresia , ou a tarde à beira do sol a pôr-se... " : Cleo, é precisamente este o problema que mais me aflige neste mundo, e que V. soube tão bem traduzir para o papel! Está aqui neste seu parágrafo, a fonte de tanta infelicidade vivida no nosso quotidiano.
Um parágrafo de oiro, por nele estar contida uma grande verdade, que todos aliás fingem desconhecer, pois é incómodo reconhecermos que a fonte do mal está junto a nós...é "gratuita", provém sempre da inveja...
Vou guardar esta frase bem guardada (ressalvado os direitos de autor...).
escreva no papiro