Mote:- A certa altura da vida começamos a aprender a esperar o tempo. A certa altura da vida o que nos mata não são as horas. O que nos mata são as palavras e a ausência de palavras.
Baptista Bastos
A certa altura da Vida deixamos cair as mãos..... estão cansadas as mãos.... Mas não os olhos. A certa altura da vida paramos os gestos fatigaram-se os gestos não há elipses nem olá! Só adeus
A certa altura da vida O tempo desafia-nos a esperar Mas as mãos só descansam no regaço Os olhos vêem mais longe E há colcheias na voz
A certa altura da vida É altura de levantar acenar à Vida e dizer-lhe :- Vem.... há pouco tempo Não se pode esperar.
vamos continuar a história hoje que estamos em 2013. 18.5.2013
Ora bem, o João foi efetivamente adoptado e iniciou a vida normal de qualquer criança da idade dele.
A mãe nunca mais deu notícias e nunca tratou sequer da declaração do seu nascimento.
Quando foi entregue para adoção foram suspensas as diligências com vista a suprir a declaração e não chegou a ser feito o registo de abandonado.
Entretanto o pai adotivo do João conheceu alguém também especial e casaram. Vivem os três. O João tem quatro anos e para ele são ambos pais.
São as suas figuras de referência, são eles que cuidam diariamente do João, dando-lhe o afecto que o faz sentir-se seguro e feliz.
Teremos o direito de privar este menino de ter duas menções no Registo? Porque há-de ficar apenas filho de um pai, se vive efectivamente ao cuidado de um casal do mesmo sexo e não há mais nenhuma relação de filiação estabelecida?
Teremos o direito de decidir contra a felicidade do Outro?
Conseguiremos arrumar os nossos preconceitos? E as nossas ideias? E os nossos medos?.....
É muito tarde para despedidas Podemos inaugurar um silêncio tremendo como o que se sucedeu à feitura do mundo Dizer adeus requer que saibamos ser um sem o outro um sem a memória do outro e essa página de esquecimento não existe no livro da vida - lá onde nos conhecemos desde o osso e até ao osso desde a escuridão do pó onde se tece a matéria à clara voz do riso Inauguremos então o tremendo silêncio
Mas antes digo diariamente farei como sempre como no tempo da fala o caminho de sempre de lanterna acesa para alumiar o longo corredor estreito e abrirei ao fim os portões altos para escoar a noite nas asas das primeiras aves até aos limites da aurora
"A República Portuguesa é um Estado de direito democrático, baseado na soberania popular, no pluralismo de expressão e organização política democráticas, no respeito e na garantia de efectivação dos direitos e liberdades fundamentais e na separação e interdependência de poderes, visando a realização da democracia económica, social e cultural e o aprofundamento da democracia participativa."