É muito tarde para despedidas Podemos inaugurar um silêncio tremendo como o que se sucedeu à feitura do mundo Dizer adeus requer que saibamos ser um sem o outro um sem a memória do outro e essa página de esquecimento não existe no livro da vida - lá onde nos conhecemos desde o osso e até ao osso desde a escuridão do pó onde se tece a matéria à clara voz do riso Inauguremos então o tremendo silêncio

Mas antes digo diariamente farei como sempre como no tempo da fala o caminho de sempre de lanterna acesa para alumiar o longo corredor estreito e abrirei ao fim os portões altos para escoar a noite nas asas das primeiras aves até aos limites da aurora