Terça-feira, 30 de Abril de 2013

uma morte curta 30.4.2013

 
de Nuno Guimarães  - Quarta-feira, 13 de Fevereiro de 2013 às 19:33

Hoje morri pela primeira vez.

Uma morte curta

contei segundos

fui relógio à procura do fim do tempo

e ajoelhei-me

vergado por uma chicotada

que se enrolou na cabeça

e deixou os olhos confusos

vendo os telhados no chão

as portas com entradas para o céu

e as janelas, todas circulares

em rodopios encaixilhados.

 

Uns segundos onde o mundo

coube todo no meu peito,

uns segundos

onde as despedidas correram

as faces todas da vida.

 

Redemoinhando como um louco

hoje morri pela primeira vez

uma morte curta

contei segundos

e pedi para te poder ver

só mais uma vez.

 

Nuno Guimarães faleceu a 30.4.2013- subitamente

escrito no papiro por ACCB às 12:02
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Domingo, 28 de Abril de 2013

Versão leve...

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Quinta-feira, 25 de Abril de 2013

25.Abril 2013



Vieira da Silva

"Poema é toda a página aberta diante de mim, caligrafada de esperança e de calma."

 


Miguel Torga, Portugal

 

_____________

escrito no papiro por ACCB às 01:00
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ABRIL

 

 

E em Lisboa capital

 dos novos mestres de Aviz

 o povo de Portugal

 deu o poder a quem quis.

 

 Mesmo que tenha passado

às vezes por mãos estranhas

o poder que ali foi dado

saiu das nossas entranhas.

Saiu das vinhas sobredos

vales socalcos searas

serras atalhos veredas

lezírias e praias claras

 

Mesmo que seja com frio

é preciso é aquecer

pensar que somos um rio

que vai dar onde quiser

 

 pensar que somos um mar

que nunca mais tem fronteiras

e havemos de navegar

de muitíssimas maneiras

 

 E se esse poder um dia

o quiser roubar alguém

 

volta à barriga da mãe.

Volta à barriga da terra

que em boa hora o pariu

 

agora ninguém mais cerra

as portas que Abril abriu.

 

 Ary

escrito no papiro por ACCB às 00:29
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Quarta-feira, 24 de Abril de 2013

Kurasov

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Terça-feira, 23 de Abril de 2013

Fuma? ... Eu também não.

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Quinta-feira, 18 de Abril de 2013

You Make Me Feel So Young!

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Quarta-feira, 17 de Abril de 2013

Vila Flor... Miranda....Amendoeiras...Portugal

  
 
Vila Flor é Linda Sr. Presidente.
Sabe que quando por lá passei há 28 anos, era eu Juiz por Trás os Montes, Vila Flor tinha um mini jardim zoológico? E sabe que na época das amendoeiras (sabe qual é a época das Amendoeiras Sr. Presidente? ),Vila Flor ficava coberta de neve em flor, perfumada, digna de qualquer princesa árabe ou portuguesa?
 
-
 
 
E o Vale da Vilariça senhor Presidente... já experimentou comer umas migas com peixe frito do rio? Uma delícia... e as alheiras de Mirandela... E a posta de Carviçais? Já viu a paisagem de Miranda do Douro, forte, agreste, resistente e a desfazer-se lá em baixo no rio... com Espanha mesmo de frente?
 
-
 
Há 28 anos que  escuto  essa canção do rumo para o Futuro... e vejo o meu País a fazer o rumo... e o rumo a ser desviado.
Para quando Sr Presidente.... as cerejas....e as flores de neve perfumadas?

-
 
AccB
escrito no papiro por ACCB às 17:22
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Vinícius de Moraes

 

  

No silêncio morno das coisas do meio-dia

 Eu me esvaio no aniquilamento dos agudíssimos do violino

Que a menina pálida estuda há anos sem compreender.

 

 Eu sinto o letargo das dissonâncias harmônicas

Do vendedor de modinhas e da pedra do amolador

Que trazem a visão de mulheres macilentas dançando no espaço

Na moleza das espatifadas da carne.

 

Eu vou pouco a pouco adormecendo

Sentindo os gritos do violino que penetram em todas as frestas

 E ressecam os lábios entreabertos na respiração

Mas que dão a impressão da mediocridade feliz e boa.

 

Que importa que a imagem do Cristo pregada na parede seja a verdade...

Eu sinto que a verdade é a grande calma do sono

Que vem com o cantar longínquo dos galos

E que me esmaga nos cílios longos beijos luxuriosos...

Eu sinto a queda de tudo na lassidão...

Adormeço aos poucos na apatia dos ruídos da rua

E na constância nostálgica da tosse do vizinho tuberculoso

Que há um ano espera a morte que eu morro no sono do meio-dia.

 

 

Rio de Janeiro, 1933 Vinicius

escrito no papiro por ACCB às 17:03
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Confusão de números

 

 

Hum,... Estais Inspirado P'los vistos...

Andais  vós em circunferência

em busca da matemática

Coisa dinâmica não estática

 Qual Arquimedes  aos riscos cálculos e coriscos?

E numa área em que o circulo

Será todo em circunferência

Inventando a influencia

De uma simples letra grega

 E que dizem ser o   PI,

 Embora em números se escreva?

 

AccB

escrito no papiro por ACCB às 16:59
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Escrever

 

 

Lembro-me agora que tenho de marcar um encontro contigo, num sítio em que ambos nos possamos falar, de facto, sem que nenhuma das ocorrências da vida venha interferir no que temos para nos dizer.

Muitas vezes me lembrei que esse sítio podia ser, até, um lugar sem nada de especial, como um canto de café, em frente de um espelho que poderia servir até de pretexto para reflectir a alma, a impressão da tarde, o último estertor do dia antes de nos despedirmos, quando é preciso encontrar uma fórmula que disfarce o que, afinal, não conseguimos dizer.

 É que o amor nem sempre é uma palavra de uso, aquela que permite a passagem à comunicação mais exacta de dois seres, a não ser que nos fale, de súbito, o sentido da despedida, e cada um de nós leve, consigo, o outro, deixando atrás de si o próprio ser, como se uma troca de almas fosse possivel neste mundo.

Então, é natural que voltes atrás e me peças:«Vem comigo!», e devo dizer-te que muitas vezes pensei em fazer isso mesmo, mas era tarde, isto é, a porta tinha-se fechado até outro dia, que é aquele que acaba por nunca chegar, e então as palavras caem no vazio, como se nunca tivessem sido pensadas.

No entanto, ao escrever-te para marcar um encontro contigo, sei que é irremediável o que temos para dizer uma ao outro: a confissão mais exacta, que é também a mais absurda, de um sentimento; e, por trás disso, a certeza de que o mundo há-de ser outro no dia seguinte, como se o amor, de facto, pudesse mudar as cores do céu, do mar, da terra, e do próprio dia em que nos vamos encontrar; que há-de ser um dia azul, de verão, em que o vento poderá soprar do norte, como se fosse daí que viessem, nesta altura, as coisas mais precisas, que são as nossas: o verde das folhas e o amarelo das pétalas, o vermelho do sol e o branco dos muros.

in «Poesia Reunida 1967-2000», prefácio de Teresa Almeida, Dom Quixote, Lisboa, 2000

escrito no papiro por ACCB às 16:50
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Terça-feira, 16 de Abril de 2013

Eu tinha 2,3,4 anos....?!

escrito no papiro por ACCB às 13:30
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Sábado, 13 de Abril de 2013

Dia Mundial do beijo...................


 Espreito por uma porta encostada

Sigo as pegadas de luz

Peço ao gato "xiu" para não me denunciar

Toca o relógio sem cuco

 Dá horas à cusquice das vizinhas e eu

 Confesso às paredes de quem gosto

Elas conhecem-te bem

Aconhego-me nesta cumplicidade

 Deixo-me ir nos trilhos traçados

Pela saudade de te encontrar

 Ainda onde te deixei

 Trago-te o beijo prometido

 Sei o teu cheiro mergulho no teu tocar

 Abraças a guitarra e voas para além da lua

Amarro o beijo que se quer soltar

Espero que me sintas para me entregar

A cadeira, as costas, o cabelo e a cigarrilha

A dança do teu ombro...

 E nesse instante em que o silêncio

É o bater do coração

Fecha-se a porta

Pára o relógio

As vizinhas recolhem

Tu olhas-me...

Tu olhas-me...

Trago-te o beijo prometido

Sei o teu cheiro, mergulho no teu tocar

Abraças a guitarra e voas para além da lua

Amarro o beijo que se quer soltar

Espero que me sintas para me entregar

A cadeira, as costas, o cabelo e a cigarrilha

 A dança do teu ombro...

 E, nesse instante em que o silêncio

 É o bater do coração

Fecha-se a porta

Pára o relógio

As vizinhas recolhem

 Tu olhas-me...

Tu olhas-me...

Espreito por uma porta encostada

Sigo as pegadas de luz

 

 

escrito no papiro por ACCB às 16:07
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Quarta-feira, 3 de Abril de 2013

Os Poetas e a Escrita

 

Os poetas têm no gesto

aquele traço lento da escrita

Como se dançassem nas letras

Ou pendurassem os pensamentos no olhar das palavras

 

Não sabem o que vão escrever

Mas escrevem

As mãos pegam nas palavras e escrevem

 

Os olhos ficam em espera

Como se o pensamento nem ditasse a forma

 

Os poetas têm aquele gesto lento

De quem guarda um segredo que não sabe

 

O gesto lento de quem espera

Mesmo que a espera seja já ali

ou só na eternidade.

ACCB

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escrito no papiro por ACCB às 23:36
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Maravilha..............

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escrito no papiro por ACCB às 21:44
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