Eres como la mar..., bueno de frente
peligroso en día gris, duro y valiente...
Llevas en la cabeza... brisas ligeras
temporal que aún contiene, tu compañera.
Eres como el cantar... de un campesino que al cantar va labrando, nuestro camino.
Eres como un dolor... mal repartido,
que se volvió canción, y no quejido...
Eres como la voz... que expande el aire
eres como un poema de Miguel Hernández.
Y presumes de ser... puro paisano
de haber sido y de ser, buen ciudadano.
Compañero del sol... fiel compañero0
nunca te preocupó en nada, ser el primero.
Eres como el sudor... callado y quieto
y nunca abriste el cajón... de tu propio respeto.
No quisiste jamás... salvarte solo
porque no hay salvación, decías,
si no es con todos...
No sabes de venganzas... ni de desquites...
gorrión que cantó siempre... ¡aún sin alpiste!
Eres como la sangre.. eres el aire...
la mar, la barca, el remo y el navegante.
Timonel de mi alma... más que nadie... y aún...
aún eres muchas cosas más,
que me callo y me callan: Padre...
Y aún... aún eres muchas cosas más
que me callo y me callan... Padre!!!
Esgota-se o tempo de cada vez que te espero na esquina mais escura de mim
Esgota-se o tempo esgota-se-me a vontade
esgota-se-me essa verdade que não sai da minha boca
E é apenas uma saudade doída gemida e louca
que se atreve a esperar ainda por ti
mesmo quando todos os silêncios já se foram
e todas as lágrimas já secaram!...
- São Reis
Esgota-se o tempo a imaginar se as tuas lágrimas secaram
Se os tempos já se foram dos teus dedos
Dos gestos que não fizeste
Das palavras que não disseste
Cola-se-me a mão ao queixo
Pendurados no olhar que se prende no que foi
Ou não foi porque não tinha de ser
Esgota-se o tempo na esquina da minha mão com o meu pensamento
Na elipse que o teu olhar
Faz sobre o tempo
Mesmo quando todos os silêncios parecem ter ido
E as lágrimas nunca existiram
ACCB
ninguém nos diz como se sobrevive ao murchar de um sentimento
Arrumei os amores, é a primeira regra da vida – saber arquivá-los, entendê-los, contá-los, esquecê-los. Mas ninguém nos diz como se sobrevive ao murchar de um sentimento que não murcha. A amizade só se perde por traição – como a pátria. Num campo de batalha, num terreno de operações. Não há explicações para o desaparecimento do desejo, última e única lição do mais extraordinário amor. Mas quando o amor nasce protegido da erosão do corpo, apenas perfume, contorno, coreografado em redor dos arco-íris dessa animada esperança a que chamamos alma – porque se esfuma? Como é que, de um dia para o outro, a tua voz deixou de me procurar, e eu deixei que a minha vida dispensasse o espelho da tua?...
Inês Pedrosa
"Há um grande silêncio que está à escuta...
E a gente se põe a dizer inquietamente qualquer coisa,
qualquer coisa, seja o que for,
desde a corriqueira dúvida sobre se chove ou não chove hoje
até a tua dúvida metafísica, Hamleto!
E, por todo o sempre, enquanto a gente fala, fala, fala
o silêncio escuta... e cala.
( In: Esconderijos do Tempo)
Mário Quintana
De forma simples pediu que rezassem por ele.
Rezar, é uma acção que se remete à concentração em alguém com o objectivo de algo. Uma libertação da alma para que todo o bem se agite e actue. Rezar assim como uma espécie de oferta, um apelar a energias fantásticas mas tão serenas que nos escutam e acolhem.
Pode ser um acto de alegria misturado em lágrimas de emoção,... rezar pode ser pintar um pensamento ou escrever um poema, compor uma música , oferecer uma flor, um sorriso, um gesto...um som....uma dança...
Pediu que orassem por ele. O Papa hoje eleito e já alvo de comentários e tentativas de criticas. Tem um nome simples - Francisco - de um homem simples, um Jovem que amava todos os seres da forma mais simples e forte que é imaginável a um ser humano...
Jesuíta toma nome de Franciscano... Gosta dos clássicos , de futebol e de tango.... Nasceu em Buenos Aires....
Uma oração para o homem que foi hoje escolhido para falar ao Mundo a que ele chamou uma grande comunidade que , segundo as suas primeiras palavras deve estar sempre atento e virado ao outro.
Uma oração como uma oferta...uma música como uma oração.
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Mi Buenos Aires querido,
cuando yo te vuelva a ver,
no habra mas penas ni olvido.
El farolito de la calle en que naci
fue el centinela de mis promesas de amor,
bajo su inquieta lucecita yo la vi
a mi pebeta luminosa como un sol.
Hoy que la suerte quiere que te vuelva a ver,
ciudad porteña de mi unico querer,
y oigo la queja
de un bandoneón,
dentro del pecho pide rienda el corazón.
Mi Buenos Aires
tierra florida
donde mi vida terminaré.
Bajo tu amparo
no hay desengaños,
vuelan los años
se olvida el dolor.
En caravana
los recuerdos pasan
como una estela
dulce de emoción,
quiero que sepas
que al evocarte
se van las penas
del corazon.
Las ventanitas de mis calles de arrabal,
donde sonrie una muchachita en flor;
quiero de nuevo yo volver a contemplar
aquellos ojos que acarician al mirar.
En la cortada mas maleva una canción,
dice su ruego de coraje y de pasion;
una promesa
y un suspirar
borro una lagrima de pena aquel cantar.
Mi Buenos Aires querido...
cuando yo te vuelva a ver...
no habra mas penas ni olvido...
"março. supunha que tinha nascido por ali. provavelmente logo no primeiro dia. 1 de Março é o primeiro dia da primavera.
estranho. não havia explicação plausível para o ostracismo devotado aos equinócios. uma questão de comodidade, diziam alguns. daí o fazer coincidir as estações do ano com inícios e fins de meses. a primavera a começar em 1 de março, o verão a 1 de junho, o outono a 1 de setembro e o inverno a 1 de dezembro.
depois lá aparecia pelo meio desta calendarística distribuição, o 24 de junho. e toda a tradição pagã saía à rua transportada pelas pessoas. cumprindo-se celebrações onde o fogo, os cantares, as danças, as coroas de flores nas mulheres de cabelos louros e olhos azuis. todos azuis. tantos azuis. como se todas fossem pintadas por Deus no mesmo dia.
perfeitas. lindas. lagos pequeninos nos olhos das faces brancas, ainda cobertas de neve. o dia onde a noite é tão curta que as árvores não adormecem e os sonhos não saem dos livros dos poetas. o alquimista das palavras acreditava que tinha nascido por ali. a 1 de março de um ano tão distante que não se via no deserto do tempo plantado na memória. por ali, a 1 de março, ou talvez a 29 de fevereiro de um ano bissexto qualquer.
e assim o deserto do tempo comia-lhe a contagem dos anos. só se lembrava de contar a idade de quatro em quatro anos. as palavras aperaltavam-se naquele dia. também elas acreditavam que ele tinha nascido no primeiro dia de primavera. falavam-lhe ao ouvido, as palavras, e deixavam mel a adocicar-lhe a memória. a solidão azedava-lhe a existência. e a pele, e as lágrimas que escorriam mais depressa naquele dia. lágrimas amargas que deixavam marcas de noite na camisa que vestia. não tinha a certeza se era um aniversário, mas as palavras em correrias tudo faziam para que ele acreditasse. mas ele queria Laura. queria tanto Laura.
e aquele querer era enorme, bastando fechar os olhos para a ver ali chegar. para a ver a afagar-lhe o cabelo. ouvir a sua voz ondulante, num corpo ondulante. um mar de mulher que lhe salgava a pele com gotículas de maré-cheia. fazia-lhe tanta falta. Laura. gostava de lhe beijar as mãos. sentir-lhe os dedos elegantes. percorrê-los com os seus. dedos dados em mãos dadas. e depois deixava que ela se sentasse no seu colo e contava-lhe histórias cheias de palavras que brincavam por todo o corpo de Laura. às vezes achava aquele amor impossível. como se pertencessem, cada um deles, a histórias diferentes. de escritores diferentes. estilos diferentes.
tempos diferentes. como se o seu encontro com Laura resultasse do desmancho de livros diferentes cujas páginas se intercalaram, como o destino intercala o futuro com o passado. ele, página 7 de um conto medieval. ela, página 77 de um romance moderno. ele velho, sem idade. ela frágil, com idade de princesa. ele, perdido. ela num processo de se encontrar. ele, sem vida para entreter. ela, com tudo para acontecer. ele com vontade de morrer. ela cheia de desejos de viver. que faziam ali os dois, num balançar de corpos, que só os olhos fechados dele faziam suceder?
e o amor era tão grande. e a dor era tão grande. e o desejo impossível de a ter crescia desmesuradamente, afundando os pequenos restos do barco a que ele chamou esperança. o alquimista das palavras abriu os olhos e Laura fugiu para dentro dele.
ocupou-lhe outra vez o coração. constava que era o seu aniversário, logo no primeiro dia da primavera e o que ele mais queria era Laura."
Belíssimo texto de Nuno Guimarães, in "Metropolis":
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