Domingo, 26 de Agosto de 2012

Morreu Neil Armstrong

 

 AQUI TAMBÉM :- http://expresso.sapo.pt/a-lua-esta-em-quarto-crescente=f749161

 

 

escrito no papiro por ACCB às 22:59
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No Verão em agosto e em setembro

 

 

Os amantes aparecem no verão, quando os amigos partiram para o sul à sua procura, deixando um lugar vago à mesa, um bilhete entalado na porta, as plantas, o canário, um beijo e um livro emprestado: a memória das suas biografias incompletas.

Os amigos desaparecem em agosto.

Consomem-nos as labaredas do sol e os amantes que chegam ao fim da tarde jantam e de manhã ajudam a regar as raízes das avencas que os amigos confiaram até setembro, quando regressam trazem saudades e um romance novo debaixo da língua.

 Levam um beijo, os vasos, as gaiolas e os amantes deixam um lugar vago na memória, cabelos na almofada, uma carta, desculpas, e um livro de cabeceira que os amigos lêem, pacientes, ocupando o seu lugar à mesa.  

 

 

MARIA DO ROSÁRIO PEDREIRA, in A CASA E O CHEIRO DOS LIVROS  (Quetzal, 1996) para J.G.

escrito no papiro por ACCB às 22:43
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Sexta-feira, 24 de Agosto de 2012

Assim me faço ao sono

 

 

"Tenho um decote pousado no vestido e não sei se voltas,   mas as palavras estão prontas sobre os lábios como   segredos imperfeitos ou gomos de água guardados para o verão.   E, se de noite as repito em surdina, no silêncio   do quarto, antes de adormecer, é como se de repente   as aves tivessem chegado já ao sul e tu voltasses   em busca desses antigos recados levados pelo tempo:

Vamos para casa? O sol adormece nos telhados ao domingo   e há um intenso cheiro a linho derramado nas camas.   Podemos virar os sonhos do avesso, dormir dentro da tarde   e deixar que o tempo se ocupe dos gestos mais pequenos.

Vamos para casa. Deixei um livro partido ao meio no chão   do quarto, estão sozinhos na caixa os retratos antigos   do avô, havia as tuas mãos apertadas com força, aquela música que costumávamos ouvir no inverno. E eu quero rever   as nuvens recortadas nas janelas vermelhas do crepúsculo;   e quero ir outra vez para casa. Como das outras vezes.

Assim me faço ao sono, noite após noite, desfiando a lenta   meada dos dias para descontar a espera. E, quando as crias   afastarem finalmente as asas da quilha no seu primeiro voo, por certo estarei ainda aqui, mas poderei dizer que, pelo   menos uma ou outra vez, já mandei os recados, já da minha boca ouvi estas palavras, voltes ou não voltes."

 

 

Maria do Rosário Pedreira

 

escrito no papiro por ACCB às 00:04
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Lembrança....

 

 

 

"Há uma mulher a morrer sentada
Uma planta depois de muito tempo
Dorme sossegadamente
Como cisne que se prepara
Para cantar
...
Ela está sentada à janela. Sei que nunca
Mais se levantará para abri-la
Porque está sentada do lado de fora
E nenhum de nós pode trazê-la para dentro

Ela é tão bonita ao relento
Inesgotável

É tão leve como um cisne em pensamento
E está sobre as águas
É um nenúfar, é um fluir já anterior
Ao tempo

Sei que não posso chamá-la das margens"

(Daniel Faria, "Dos Líquidos")

escrito no papiro por ACCB às 00:00
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Quarta-feira, 22 de Agosto de 2012

Telegrama

 

Estou desde as 8h00 por aqui a tentar trabalhar. Não me apetece, não consigo, não acerto com nada. Apetece-me Paris.... tenho de voltar a Paris.
Apetece-me uma feira de antiguidades com coisas velhas... lembrei-me agora que tenho algumas , muitas, algumas,...poucas.
Lembrei-me que Paris tem um não sei quê que me deixou presa desde a primeira vez,... e depois há Lisboa e Barcelona e claro... Veneza.
Bem, o que me apetece mesmo é viajar,... ler,.... sorrir, aprender... FAZER NADA.
E já agora a mim que nem fumo,.... apetece-me um cigarro.
 

escrito no papiro por ACCB às 10:17
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Segunda-feira, 20 de Agosto de 2012

A Minha canção deste Verão

PORQUE: A voz é linda O arranjo musical também Por mais nada

escrito no papiro por ACCB às 23:52
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Domingo, 19 de Agosto de 2012

19 de Agosto de 1936

 

 

 

 

"Un ataúd con ruedas es su cama

a las cinco de la tarde.

Huesos y flautas suenan en su oído

a las cinco de la tarde.

El toro ya mugía por su frente

a las cinco de la tarde.

El cuarto se irisaba de agonía

a las cinco de la tarde.

A lo lejos ya viene la gangrena

a las cinco de la tarde.

Trompa de lirio por las verdes ingles

a las cinco de la tarde.

Las heridas quemaban como soles

a las cinco de la tarde,

y el gentío rompía las ventanas

a las cinco de la tarde.

A las cinco de la tarde.

¡Ay qué terribles cinco de la tarde!

¡Eran las cinco en todos los relojes!

¡Eran las cinco en sombras de la tarde!"

( Do poema "La Cogida y la Muerte", em "Llanto por Ignacio Sánches Mejías")

escrito no papiro por ACCB às 17:00
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Terça-feira, 7 de Agosto de 2012

O mapa

 
 
 
 
( Museu da Música - Barcelona - ACCB )
 
Estendi o mapa sobre a mesa da cozinha  
 e desenhei com o dedo indicador
   todos os países que nos separam.
 ...
  Encontrei as cidades com os olhos fechados  
 e imaginei os teus passos em Barcelona  
 o teu sorriso sentado num banco de jardim, em Paris
  o teu corpo cansado numa cama de Londres  
 e de mãos dadas, contigo, em Frankfurt  
 ouvi protestos  
por nos banharmos sem roupa numa fonte da praça principal.  
 
 Dobrei o mapa, alterando todos os vincos  
fazendo desaparecer os países que nos separam
  e as cidades onde estamos  
deitaram-se abraçadas  
 beijaram-se sobrepostas  
e fizeram amor toda a noite  
 elas, como se fossemos nós
 
 
poema de Nuno Guimarães
escrito no papiro por ACCB às 08:26
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