Este descer a rua ao fundo o rio sentado na praça Os barcos balançando no cais transeuntes alucinados de pressa não olham, não sentem E o sol tilinta nas vidraças a custo Esta luz de água e sabor a pintura branca este degrau com som de pressa e regresso nada mais quero reflectido na montra agora que de costas para as gaivotas me sento observando a R. Augusta num teatro de personagens únicas ACCB |
Eu sabia que seria apenas depois de te teres ido embora que iria perceber a completa extensão da minha felicidade e, alas! o grau da minha perda também. Ainda não a consegui ultrapassar, e se não tivesse à minha frente aquela caixinha pequena com a tua doce fotografia, pensaria que tudo não teria passado de um sonho do qual não quereria acordar. Contudo os meus amigos dizem que é verdade, e eu próprio consigo-me lembrar de detalhes ainda mais charmosos, ainda mais misteriosamente encantadores do que qualquer fantasia sonhadora poderia criar.
Tem que ser verdade. Martha é minha, a rapariga doce da qual todos falam com admiração, que apesar de toda a minha resistência cativou o meu coração logo no primeiro encontro, a rapariga que eu receava cortejar e que veio para mim com elevada confiança, que fortaleceu a minha confiança em mim próprio e me deu esperanças e energia para trabalhar, na altura que eu mais precisava.
Quando tu voltares, querida rapariga, já terei vencido a timidez e estranheza que até agora me inibiu perante a tua presença. Iremos sentar-nos de novo sozinhos naquele pequeno quarto agradável, vais-te sentar naquela poltrona castanha , eu estarei a teus pés no banquinho redondo, e falaremos do tempo em que não existirá diferença entre noite e dia, onde não existirão intrusos nem despedidas, nem preocupações que nos separem.
A tua amorosa fotografia. No início, quando eu tinha o original à minha frente não pensei nada sobre a mesma; mas agora, quanto mais olho para ela mais esta se assemelha ao objecto amado; espero que o rosto pálido se transforme na cor das nossas rosas, e que os braços delicados se desprendam da superfície e prendam a minha mão; mas a imagem preciosa não se move, parece apenas dizer: «Paciência! Paciência” Eu sou apenas um símbolo, uma sombra no papel; a tua amada irá voltar, e depois podes negligenciar-me de novo».
Eu gostaria imenso de colocar esta fotografia entre os deuses da minha casa que pairam acima da minha secretária, mas embora eu possa mostrar os rostos severos dos homens que reverencio, quero esconder a face delicada da minha amada só para mim. Vai continuar na tua pequena caixinha e eu não me atrevo a confessar a quantidade de vezes, nestas últimas vinte e quatro horas, que tranquei a minha porta para poder tirar a fotografia da caixa e refrescar a minha memória.
Carta de Sigmund Freud a Martha Bernays, 19 de Junho 1882 (excerto)
Tenho uma Grande Constipação
E toda a gente sabe como as grandes constipações
Alteram todo o sistema do universo,
Zangam-nos contra a vida,
E fazem espirrar até à metafísica.
Tenho o dia perdido cheio de me assoar.
Dói-me a cabeça indistintamente.
Triste condição para um poeta menor!
Hoje sou verdadeiramente um poeta menor.
O que fui outrora foi um desejo; partiu-se.
Adeus para sempre, rainha das fadas!
As tuas asas eram de sol, e eu cá vou andando.
Não estarei bem se não me deitar na cama.
Nunca estive bem senão deitando-me no universo.
Excusez un peu... Que grande constipação física!
Preciso de verdade e da aspirina.
Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa
A imagem de uma mulher de burca a segurar um ferido, captada pelo fotógrafo espanhol, foi a vencedora da edição 2011 do World Press Photo.
A fotografia, escolhida pelo júri pela imensa expressividade que contém, ficou também em primeiro lugar na categoria “People in the news”, o que se traduziu num prémio de 13 mil dólares para Samuel Aranda.
Na altura, o fotógrafo estava em serviço para o jornal New York Times e conta, que, quando chegou a casa, percebeu a dimensão da imagem.
“Quando olhei, em casa, para a fotografia no ecrã pensei: a mulher não está apenas a chorar. Foi mais do que isso. Tu consegues sentir que aquela mulher é realmente forte.”
Os protagonistas da imagem vencedora da edição deste ano do World Press Photo já têm nome. Fatima Al-Qaws é a mulher velada que abraça o filho, Zayed Al-Qawas, de 18 anos, ferido durante uma manifestação contra o regime iemenita.
O "Yemen Times" chegou à fala com Fatima, que recorda esse dia, 15 de outubro de 2011. "Tudo aconteceu após um ataque contra os manifestantes, na Rua Al-Zubairy", uma espécie de "linha da frente" no confronto entre os manifestantes antirregime e as forças de segurança do (então) Presidente Ali Abdullah Saleh.
"Fui para o hospital de campanha e não encontrei o meu filho entre os mortos ou feridos. Continuei a procurar no local e vi meu filho deitado no chão, sufocado com gás lacrimogéneo.
Então, abracei-o.
E ele [o jornalista Samuel Aranda] deve ter tirado a foto naquele momento."
Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/conheca-os-nomes-da-pieta-iemenita=f704310#ixzz1mNgZ6qNq
"A Mutilação Genital Feminina (sigla MGF), termo que descreve esse acto com maior exactidão, é vulgarmente conhecida por excisão feminina ou Circuncisão Feminina. É uma pratica realizada em vários países principalmente da Àfrica e da Ásia, que consiste na amputação do clítoris da mulher de modo a que esta não possa sentir prazer durante o acto sexual."
Esta prática está prevista na lei portuguesa e é punida com pena de 2 a 10 anos.
Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/mutilacao-genital-feminina=f703042#ixzz1lcyY9yYk
Meu querido amor
Não é o teu ar de miúdo vestido de homem engravatado
de deveres e debruçado sobre a perfeição; não é esse teu olhar triste de
poeta, nem essas tuas mãos nervosas ou tímidas... Não meu querido amor, não é
isso. Nem sequer as palavras que juntas e desvendam nada, que escreves e falam
tudo mas nada explicam... Não meu amor, nem sequer é a birra nos teus olhos, ou a dor na tua voz...
Sou eu,... eu que teço fantasias e te sonho, te construo, te
invento e te faço existir..
Sou eu, por entre notas soltas por trompetes de músicas antigas e versos de
canções sempre ouvidas que permanecerão em tantos passos de dança que nunca
dançámos nem dançaremos...porque não sabes dançar,... dizes tu... como se fosse
dançar o que eu quero contigo...
Não é o som do mar sempre atento ao que nos vai no silêncio
nem a espera da areia na praia, sempre suportando passos lentos de esperança de
que um dia... um dia passearemos de mãos dadas, descalços e esquecidos das
horas, mesmo na beira da maré que vai e vem ... e vai e vem... e vai e vem...
esperando que fiquemos.
Não fora a barreira entre a realidade e o sonho e eu
passaria a invisível diferença entre o
estar e o ser...
Mas fico-me deste lado, desenhando-te a carvão... como um
esboço que se tornará perfeito... quem sabe uma obra prima... quem sabe um livro publicado, quem sabe um
aguarela de uma qualquer pintora tão sonhadora como eu e tão distante do sonho
como nós.
E eu que detesto a fixidez do que tem de ser.. e eu que me
rebelo contra regras,... eu que gosto de ser livre,... cumpro regras...faço
cumprir regras... e fecho-me na noite dos cantos que ninguém conhece... depois
escrevo e torno real o que ninguém sabe... o que todos sabem que têm dentro de
si ....e publico o que nos torna a todos iguais....
São discursos poéticos...mas são os poetas que empurram o Mundo
para o Futuro... são eles que sonham os
homens e os acontecimentos... são eles que idealizam a perfeição e a sentem mesmo antes de ela o
ser...são eles que fazem acontecer.
Meu querido amor inventado
Que esta carta te vá encontrar um dia na realidade em que te
desejo...pena que já não possa fazer parte dela.
Dia certo em momento incerto de um ano por inventar
ACCB
E a guitarra eléctrica a querer convencer ou seduzir o violino....e a deslizar pelo meio ambiente dele ....
até ganhar espaço...e ganha!
E o violino seduzido,..volta agora mais suave...dá-lhe espaço entre a orquestra.
MEDIDAS DE AUTOPROTECÇÃO
Durante os períodos de frio, recomenda-se que:
• Vista várias camadas de roupa em vez de uma única peça de tecido grosso;
• Use calçado quente e que não escorregue;
• Tome banho com água morna e use creme hidratante em especial nas mãos, pés, cara e lábios;
• Beba líquidos mornos como sopas, chá e leite;
• Coma legumes e frutas;
• Tenha cuidado com a utilização dos aquecimentos a gás e a lenha (braseiras, salamandras, lareiras), para evitar queimaduras e intoxicações;
• Tenha em casa uma reserva de alimentos e medicamentos;
• Promova o arejamento da casa regularmente.
Precauções ao Ar Livre
• Se trabalha no exterior, proteja o corpo com roupa e calçado adequado;
• Em dias de muito vento, procure andar por locais abrigados.
Pessoas Sós/ Isoladas/ Pessoas Sem-Abrigo
• Certifique-se que familiares, vizinhos e amigos que vivem sozinhos, se encontram bem de saúde e em condições de conforto;
• Preocupe-se com as pessoas sem-abrigo.
Crianças
• Quando sair de casa com bebés ou crianças, proteja-os bem do frio.
Idosos
• Se cuida de idosos ou de pessoas com alguma dificuldade de mobilidade, incentive-os a fazer pequenos movimentos com os dedos, braços e pernas, pois evitam o arrefecimento.
Viagem
• Quando viajar de automóvel cumpra as regras de segurança: cuidado com a berma da estrada pois pode haver gelo.
Mantenha-se atento aos Avisos e informações dos organismos oficiais sobre previsões meteorológicas e alertas e para mais informação consulte:
• Administração Regional de Saúde do Alentejo, I.P. – www.arsalentejo.min-saude.pt
• Direcção-Geral da Saúde – www.dgs.pt
• Autoridade Nacional de Protecção Civil – www.prociv.pt
• Instituto de Meteorologia – www.meteo.pt
Se necessário ligue para: Saúde 24 - 808 24 24 24 e em caso de emergência 112
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