Não sei porque havia de haver um piano ou um banco suspensos sobre o mar
e eu sentada à deriva...
não sei porque a maré estava chã...não há maré que seja chã... os pescadores de sonhos sabem isso. Apetecia-me que chovessem notas , ou pautas, ou jazz ao piano .......... só para a maré deixar de ser chã ou eu deixar de estar à deriva ou o piano deixar de estar suspenso ou quem sabe
para um pianista vindo não sei de que maré alta
se sentar no banco e tocar a sonata de Verão mais inútil que houvesse.
Senhora, eu vos amo tanto Que até por vosso marido Me dá um certo quebranto...
Pois que tem que a gente inclua No mesmo alastrante amor Pessoa, animal ou cousa Que seja lá o que for, Só porque os banha o esplendor Daquela a quem se ama tanto? E, sendo desta maneira, Não me culpeis, por favor, Da chama que ardente abrasa, O nome de vossa rua, Vossa gente e vossa casa.
E vossa linda macieira Que ainda ontem deu flor...
Na areia branca lavada pela maré os pés brincavam com a espuma que o mar atirava para a praia.
Um silêncio de café no ar.... sem chávenas ou possibilidade de o beber. Saborear o momento era uma chávena cheia dele, de saudade e de prazeres deixados para trás num País onde as marés africanas eram história mas ali, à beira dos pés, eram realidade.
Deixara para trás as sandálias que comprara antes da viagem.
Eram novas mas não lhe faziam falta desde o momento em que os encontrara.
Jogavam à bola numa rua pintada de casas amarelas com janelas recortadas a branco e portadas da cor dos dias vindos do céu em sóis de peixes voadores que os pescadores ficavam a ver , sem deitarem as redes.
Verde era o Cabo de sorrisos lavados, de roupa deitada à cabeça num equilíbrio de ancas e ombros que só as mulheres da ilha sabiam trazer.
Os pés livres e pequenos, encontrara-os na tal rua de portadas abertas ao visitante que vinha de Portugal, como quem cai de um reino de Sol e belezas, lá do alto dos céus, no paraíso pobre e deserto mas cheio de uma paz interior que só alguns sabem o que significa.
Coisas pequenas de tardes calmas e silenciosas, cortadas pelas gargalhadas das crianças descalças que jogam à bola.
Aquelas que gosto de juntar mas nem sei como fazê-lo....
e saltam para o papel ou do teclado como se soubessem todo o caminho até serem mensagem.
Acho que gostam de música.
Por vezes ouvem jazz ou canções antigas guardadas na memória.
Depois , apoiam o queixo na imaginação e escrevem.
ACCB
_
palavras como passos
palavras como ruas e
palavras nuas
a espaços
AL
______
Palavras como notas presas em pautas iniciadas em claves de Sol
escritas em sustenido menor em escalas abertas e compassos presos
ACCB
_____
palavras em lá, sol em mi bemol maior em si palavras azuis
...
AL
_______
que escorrem pelo papel em tintas roubadas ao poente
salpico-as de maré para que não sequem
até que a Lua cheia lhes empreste patine
ACCB
A fala é vida e a vida mora na linguagem.
Através dela ouvimos, sofremos, amamos, sonhamos, conhecemos, desbravamos o mundo e rasgamos esperanças.
O gesto é fala, o sorriso é fala, o levar a mão a outra mão entre o afivelar de um sorriso é ...dar à ternura uma voz, é fazer dos afectos a linguagem de uma segunda existência, superando-nos a nós mesmos.
Afeiçoamo-nos às palavras por que nelas encontramos o sentido da vida.
Como está escrito no livro Jo 1.1-14 “A linguagem armou tenda entre nós” e a tenda abriu-nos a nós mesmo, aos outros e ao mundo.
Tenho fases, como a lua Fases de andar escondida, fases de vir para a rua... Perdição da minha vida! Perdição da vida minha! Tenho fases de ser tua, tenho outras de ser sozinha
Fases que vão e que vêm, no secreto calendário que um astrólogo arbitrário inventou para meu uso.
E roda a melancolia seu interminável fuso! Não me encontro com ninguém (tenho fases, como a lua...) No dia de alguém ser meu não é dia de eu ser sua... E, quando chega esse dia, o outro desapareceu...
Yo andaba solo y callado Porque tú te hallabas lejos; y aquella noche Te estaba escribiendo, Cuando por la casa desolada ...Arrastró el horror su trapo siniestro.
Brotó la idea, ciertamente, De los sombríos objetos: El piano, El tintero, La borra de café en la taza, y mi traje negro.
Anoiteceu (me) assim o dia raiou a noite Lá ao fundo adormeço aqui tonta pela luz das letras e das ideias creio que verei a aurora pela manhã ou quem sabe o crepúsculo escondida por detrás da Lua.
Tempo de passar os dedos pelo Tempo. É tempo de passar os olhos só por mim. Tempo…Tempo de rever o pensamento. Tempo de me esquecer ou lembrar de ti.
Das águas claras, ou azuis, em que invento O mar imenso, o Sol ou o infinito…enfim… Do querer eternizar cada momento De elipse…Sol ao pôr-se…ou outro aroma assim…
Tempo de apagar ou me perder nos medos. Deste meu querer e não querer…Do sinto. Guardar o som de um beijo agarrado aos dedos.
No olhar com que te prendo e não te minto. É Tempo…de nos perdermos em segredos Ou deixar o Tempo preso ao Infinito.
Adelina Barradas de Oliveira Do livro “ Na Floresta não há só borboletas”
Desculpem lá mas eu estou a deitar estas manobras pelos olhos. Critérios técnicos? Sem estratégia e sem dolo? O dolo é nosso...A guerra de informação não existe. O euro ESTÁ SUBIR!!! A EUROPA DO EURO não tem um problema de fundo como os EUA.O Dólar.. está com Dores.. ai está! Será difícil ver?
Director da ONU exige extinção das agências de ‘rating’
Económico com Lusa 06/07/11 12:35
O director da Agência das Nações Unidas para o Comércio Mundial e o Desenvolvimento (UNCTAD) exigiu a extinção das agências de ‘rating’.
Na opinião do ex-secretário de estado das finanças alemão, Heiner Flassbeck, "as agências de rating pelo menos deviam limitar-se a avaliar empresas, e não deviam poder avaliar Estados, que são uma matéria muito complexa, em que elas ignoram frequentemente muitos aspectos positivos".
Não sabia o que escrever...ainda não te olhara e tinhas tu 18 anos.
Eras muito pequenina, muito pequenina...cabias no colo.
Ainda mal abriras os olhos e tinham passado dezoito anos.
Aguardei para ver... e foi quando te ouvi dizer:"- Vou,... chego cedo."- que percebi que saíras do colo e dos meus braços e sempre tinhas tido a vida toda, há dezoito anos, à tua espera.
Não sabia o que escrever...
Afina não se tem 18 anos todos os dias... e esperamos ansiosamente tê-los e quando chegam nada mudou a não ser o número de responsabilidades.
E de repente tinhas 18 anos e agora era contigo...
sendo certo que os meus braços estarão sempre lá à tua volta e, o meu colo à tua espera.
Não sabia o que escrever...ainda não te olhara com 18 anos.