não trabalha para brilhar, trabalha para que exista justiça,
não trabalha para as estatísticas,
nem para vir nas páginas do jornal ou para ser eleito....
O Juiz está ao serviço do outro por uma sociedade mais justa, é esse o seu enorme mérito.
ACCB
Do que o meu País precisa é de que acredite nele.
Nas suas potencialidades, no seu Sol, no seu mar, na sua terra fértil, na sua gente que somos todos nós.
O que eu meu País precisa é de homens corajosos e mulheres determinadas. Gente com orgulho que não baixa a cabeça, arregaça as mangas, sabe dizer não quando o "Não", custe o que custar, deve ser dito , pode de ser dito e tem ser dito.
O que o meu País precisa é de se olhar por dentro e projectar para fora.
Temos tanta coisa para dar e tanta coisa para criar e receber.
Um País pioneiro de modelos legislativos, um País de Homens sem rumos mas sem medo de os buscar, não pode ficar acocorado, como se fosse inferior a quem lhe pede agora contas que errou, num percurso que não foi só seu.
O medo, a subserviência em busca de ganhos fáceis e de pouca honra, de ambições súbitas mas de pouca duração, não servem um Povo que foi grande, que é grande e quer continuar a sê-lo.
Não é tempo de indiferença, nem de espera, nem de confronto. Não é tempo de ilusão nem de paragem, não é tempo de destaques individuais ou discursos apelando a votos. Não é tempo de esperarmos compromissos alheios se não nos comprometemos.
Posso não saber bem por onde vou porque o caminho se faz caminhando mas, como diz o poeta, sei que não vou por aí .
ACCB
BOA PÁSCOA
QUE LIVRO ANDAM A LER?
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Stabat Mater (dolorosa) di G. B. Pergolesi
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Hoje os anjos sentaram-se à mesa pela hora do jantar. Acenderam velas mas deixaram a porta entreaberta para quem quisesse entrar.
Estenderam uma tolha branca rendada de marés e beberam o vinho que roubaram aos homens esta tarde, depois de escurecerem o céu logo que a 5ª hora se fez tardia.
Conversam ainda mas, como a porta se mantém entreaberta e mais ninguém se senta à mesa, as velas vão derretendo com o sopro da noite.
Cá em baixo noto o tremeluzir das luzes...não sei porque fazem tanto barulho nas nuvens com as pontas das asas...
Penso que quando se riem, e porque o vinho de cristal de sonhos que vão bebendo não se esgota, molham as asas em gotas que se transformam em ouro e llhes fazem pesados os vôos pelos pensamentos dos Homens...
Depois.... as asas roçam nas nuvens e as velas gastam-se de tanta conversa... e as asas acordam a noite...e os anjos riem-se porque deixaram a porta entreaberta.
ACCB
Era um banco de rua. Sim era um banco de rua, não era um banco de jardim. Os bancos de jardim são verdes ou castanhos. Aquele era de rua porque era branco...frio como a rua e o dia que estava a amanhecer. Passei por ele... não tinha nada que me convidasse a sentar e a pressa do relógio era tanta que nem pensar em fazê-lo.
Estava tão só aquele banco...reparei com pressa que tinha um figurinha trabalhada no pé e uma seta nas costas... Sorri e lembrei-me do cupido. Disparate. Eu e as figuras míticas.
Reparei depois umas horas mais tarde que o banco era iluminado pelo sol por volta do meio dia e que os pombos se passeavam nele e os pardais faziam dele poleiro. Pela tarde uma mulher muito velha, tão velha como a lembrança que tenho de dias sentada nos joelhos da minha avó, veio trazer-lhes não sei que petisco e não sei que conversa porque eles olhavam-na demoradamente antes de debicarem o pão que lhes atirava.
Nunca tinha reparado que da janela do gabinete se via o banco e espreitei-o ainda mais vezes a partir desse dia..
Uma tarde um homem de cabelos salpicados de branco sentara-se nele e a sombra que deixava reflectida no chão era triste como se lembrasse nostalgias que o tinham feito feliz. Reparei que o fazia sempre à mesma hora e não conseguia evitar espreitar pela hora do costume,...a dele se sentar ali.
Naquele dia saí mais cedo. O homem estava lá e via ainda os pedaços de pão espalhados pelo chão à espera dos pombos...mas ele não esperava os pombos.
Voltou a cabeça ao som dos saltos dos meus sapatos. Sorriu-me e levantou-se subitamente caminhando na minha direcção...
Depois disse quando me olhou nos olhos:
- Desculpe... Desculpe, tem os passos iguais aos dela.
Depois desse dia não voltei a passar perto do banco. O medo de me confrontar com as lembranças do homem assustavam-me. Também não espreitei mais a mulher dos pombos,...
Um dia, enquanto bebia o café sentada na ponta da secretária espreitando o jornal, reparei numa história pequena na ultima página com uma foto do banco da rua onde trabalho. Contava a história de uma mulher elegante que todos os dias passava ali e que um homem amara toda a Vida.
Essa mulher vinha depois de o ter sabido morto, dar pão aos pombos todas as tardes....para apaziguar a culpa de nunca o ter amado.
Morrera no dia anterior... era uma mulher que trabalhava num escritório em frente...elegante... e usava saltos altos com um som inegualável...
ACCB
Manhã cedo espreitando o ombro da colina. Vozes de pássaros cantam no duche pendurado nas árvores que se espreguiçam ao Sol.
O relógio não para. Deve ter absorvido a adrenalina toda que lhe é possível e empurra-me o pé no acelerador.
Há trabalho, papéis, leituras e pessoas à espera. No trânsito há gente de olhos crédulos porque o dia alvorou com sol pincelado no horizonte.
No rádio há uma manhã marginal evitando as ultimas notícias e cantando melodias que ficam na alma.
Ainda há tempo para olhar os tufos de rosmaninho na beira da estrada e sorrio,...porque o rosmaninho cheira a manhã lavada.
( Saudades do Alentejo e dos caminhos por Sintra em manhãs de regatos com contos de fadas.)
ACCB
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