Danzar es el juego de la vida, oigo la musica que te acompaña, una pañoleta desnuda, frente a la Brisa clara y el fondo majestuoso de los colores que brotan espontaneos y la risas de niños que la inventaron para vivir los sueños de dicha; y los sueños de dolor, cuando ya no se hagan esperar, veremos tambien que los niños inventan su llanto. Que el dolor es tan vivo, que nace de los adentros de la nada, e irrumpe como el fuerte llamado de la existencia, como Brota la Alegria, como cae la Lluvia, como nace el verde de las Hojas. Veo todavia como me asombra la vida. Como me asusta y le temo, como me ama, como la quiero.
Era uma vez uma menina ... Curiosa e pequenina....Apeteceu-lhe espreitar para dentro de um mundo em que diziam que dormia alguém....e onde as palavras eram de cristal.
Espreitou....havia uma ligeira claridade que não era da Lua Cheia,... essa caminhava para quarto minguante por sobre o mar... Lá fora no Mundo grande e que se dizia globalizado, os homens tinham entrado em guerra pela Liberdade... Nunca compreendera muito bem porque se matavam para poderem ser livres....
Espreitou de novo.... apenas um som de respiração solta...como quem dorme à pressa porque tem de acordar....Também não percebia porque se dormia para depois acordar,...mas sempre lhe tinham dito que era necessário... e dormia quando os olhos não podiam ficar mais abertos...
Empurrou a porta.... havia reflexos brilhantes no chão....olhou os pés...estava descalça,..deixara os sapatos lá fora para não fazer barulho e encontrar as palavras de cristal.... Voltou a olhar o chão... seriam reflexos de estrelas?!?
Avançou devagar....eram cristais...
Fechou a porta para não os pisar com medo de os quebrar....
Reajo a esse incomodo olhar Nem quero acreditar Que vem na minha direção Há dias que estou a reparar Nem queres disfarçar Roubas a minha atenção Aprecio o teu dom de tornar Num clique o meu falar Numa total confusão Confesso que só de imaginar Que te vou encontrar Me sobe à boca o coração
(Refrão) E falas de ti E Falas do tempo Prolongas o momento De um simples cumprimentar Falas do dia Falas da noite Nem sei que responda Perdido no teu olhar
É certo que sempre ouvi dizer Que do querer ao fazer Vai um enorme esticão Mas haverá quem possa negar Que querer é poder E o nunca é uma invenção Bem sei que este nosso cruzar Pode até nem passar De um capricho sem valor Mas porque raio hei-de evitar Se esse teu ar Me trouxe ao sangue calor
(Refrão) E falas de ti E Falas do tempo Prolongas o momento De um simples cumprimentar Falas do dia Falas da noite Nem sei que responda Perdido no teu olhar
O que é a experiência? Nada. É o número dos donos que se teve. Cada amante é uma coronhada. São mais mil no conta-quilómetros. A experiência é uma coisa que amarga e atrapalha. Não é um motivo de orgulho. É uma coisa que se desculpa. A experiência é um erro repetido e re-repetido até à exaustão. Se é difícil amar um enganador, mais difícil ainda é amar um enganado. Desengane-se de vez a rapaziada. Nenhuma mulher gosta de um homem «experiente». O número de amantes anteriores é uma coisa que faz um bocadinho de nojo e um bocadinho de ciúme.
O pudor que se exige às mulheres não é um conceito ultrapassado — é uma excelente ideia. Só que também se devia aplicar aos homens. O pudor valoriza. 0 sexo é uma coisa trivial. É por isso que temos de torná-lo especial.
Ir para a cama com toda a gente é pouco higiénico e dispersa as energias. Os seres castos, que se reprimem e se guardam, tornam-se tigres quando se libertam. E só se libertam quando vale a pena. A castidade é que é «sexy». Nos homens como nas mulheres. A promiscuidade tira a vontade.
Uma mulher gosta de conquistar não o homem que já todas conquistaram, saquearam e pilharam, mas aquele que ainda nenhuma conseguiu tocar.
O que é erótico é a resistência, a dificuldade e a raridade. Não é a «liberdade», a facilidade e a vulgaridade.
Isto parece óbvio, mas é o contrário do que se faz e do que se diz. Porque será escandaloso dizer, numa época hippificada em que a virgindade é vergonhosa e o amor é bom por ser «livre», que as mulheres querem dos homens aquilo que os homens querem das mulheres? Ser conquistador é ser conquistado. Ninguém gosta de um ser conquistado. O que é preciso conquistar é a castidade.
Miguel Esteves Cardoso, in 'As Minhas Aventuras na República Portuguesa'
O Sorriso mais bonito do Egipto ( Foto ACCB - Julho de 2010 )
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Este Verão para conseguir satisfazer um sonho antigo que me acompanhava desde menina, fui ao Egito ( na altura ainda era Egipto).
Tive um guia muçulmano, um rapaz encantador que rezava nas horas certas, mas quando andava a passear connosco ficava dispensado de rezar.
Transpirava mais do que eu por entre os templos, e queixava-se do calor como se fosse nórdico. Falava o espanhol e lá nos íamos comunicando sendo certo que eu tinha de falar espanhol e entre um espanhol aportuguesado e um espanhol arruinado de inglês árabe, lá nos íamos entendendo.
Uma noite fui dar com ele na coberta no barco a rezar.
A sensação de respeito foi tão grande ao vê-lo de joelhos sobre um tapete e com a túnica da oração que me afastei em silêncio e aguardei que acabasse.
No fim, perguntei-lhe: - Hassan, que rezavas, que rezas? ...
Respondeu-me a custo e a medo que tinha as orações próprias do seu livro sagrado e que devia fazê-las sempre. Expliquei-lhe que também eu rezava e que também havia orações próprias mas que era livre de não as seguir. Que rezava ou dizia o que eu quisesse dizer a Deus. Disse-me que também pedia, saúde, dinheiro, felicidade.... Fiquei limitada...não perguntei mais.... ele não rezava como eu. Pronto. Mas percebeu que eu o entendia.
Um dia em passeio, levou-nos a casa de uns amigos seus, Núbios. A hora da oração chegou e Hassan preparou-se mesmo durante o passeio para rezar. Iniciou o seu ritual de purificação à nossa frente, com água corrente, banhando-se num ritual que implicava a passagem de água 3 vezes cada parte do seu corpo.
Atrapalhado o rapaz chamou-lhe a atenção perguntando-lhe se deveria fazê-lo ali, à nossa frente. Éramos dois...Os outros tinham-se embrenhado por entre tendas de artesanato.
Hassan respondeu-lhe que éramos amigos, não havia problema.
Ensinou-me como se fazia para ficar simbólicamente puro. Antes de se ajoelhar no seu tapete ( mágico talvez), pedi-lhe: -Hassan reza por mim. - Ele sorriu.
Retirou-se e afastei-me deixando-o embrenhado na oração.
Cirandei entretanto por entre crianças lindas (que os núbios são lindos), de conversa com um rapaz cultíssimo que dominava cinco línguas e vivia de forma tão pobre que me arrepiei pensando na falta de quase tudo, mas que tinha um conhecimento da realidade do Mundo maior que a minha...
Cirandando confrontei - me com outro rapaz que me queria vender de tudo e a quem eu não queria comprar absolutamente nada que, desesperado já me oferecia tintas para os olhos e me gritava sorrindo implorando resposta:
-De que precisas tu mulher de olhos grandes?!
E eu sorria-lhe e gritava:
- De nada! tenho tudo como tu!
Desci a rua. Os camelos são o meio de transporte na terra dos Núbios,... as felucas levam-nos até à civilização... as dunas protegem-nos dos olhares indiscretos...as roupas das mulheres são alegres... os olhos têm Sol e risos e cantos...
Sentei-me no cais a aguardar o guia. Rodeada de crianças que se aconchegavam a mim bati algumas fotos...
Hassan chegou e olhou-me sorrindo . Eu esquecera já o pedido que lhe fizera antes mas, de sorriso branco disse-me:
Há dias, em conversa com os meus alunos sobre comida preferida, constatei que o atum (de conserva) com feijão frade, massa de atum, arroz de atum, salada de batatas com atum, bem como as moelas (congeladas) com batata cozida, arroz de moelas ou moelas com esparguete, estavam no top dos pratos eleitos como favoritos. Se eu fosse um dos nossos governantes, convocava de imediato um batalhão de jornalistas para em conferência de imprensa, falando com aquele jeitinho "sensual" de "boca ao lado", anunciar mais uma boa notícia para a governação, melhor, que se faz história! Afinal, as nossas crianças, devido à implementação dos programas do governo em termos de saúde alimentar, deixaram os maus hábitos do fast food dos últimos 10/15 anos, para aderirem a alimentos bem mais saudáveis e essenciais aos rendimentos necessários para um percurso escolar de sucesso! Está, assim, a governação de parabéns, os nossos miúdos estão a comer bem e barato! Viva o atum, vivam as moelas! Coitados daqueles pais que ainda conseguem atum e moelas para os seus filhos, mas até quando?