MUDEI ESTE PARA CIMA; PORQUE É BONITO, SONHOS AGRADÁVEIS :-)
Há um taradinho ou taradinha que aqui vem de quando em vez cuspir para o ar.
Deve precisar lavar alguma coisa. Talvez a consciência suja.
Ou talvez soltar algumas frustração, algum desencanto, algum Não!
Acho piada à energia que gasta quando aqui vem...
Deve dormir tão cheia ou cheio de raivas que ressona alto...os vizinhos devem passar a noite a rogar-lhe pragas. Talvez lhe batam á campainha e ele ou ela não ouve, porque julga que é o som da sua própria pobreza de espírito.
De manhã sai com olheiras
E passa o dia a cuspir verde,... é da bílis. Dizem que tem mau hálito.
À noite regressa a casa e procura furiosamente a minha Lua.
Janta em frente ao PC, qualquer coisa que mastiga como se mascasse rapé...
Coitada... ou coitado... triste de quem nada mais na Vida tem que um conflito insolúvel : - a aversão a si mesmo.
As palavras que te envio são interditas.
Estão em código.
Um código só decifrável por quem ama
Não têm acordo ortográfico
Apanha-as antes que o acordo lhes roube sílabas,...sussurros...
Esconde-as do Mundo
Dos olhos mesquinhos que te levam com os dias
Que te escondem nas noites silenciosas e frias
Na amargura do teu sentir
As palavras que te envio são interditas
Talvez nem tu as entendas
Perdeste o código
nas tardes vazias
No alvorocer de manhãs sem tempo
em que, de tempos a tempos consultavas as regras
....
Em cada 20 palavras havia um beijo
em cada duas vírgulas, um amo-te
Depois, nos pontos finais passava-te os dedos pelos cabelos
Lembro-me,...(lembras?!), que nas reticências te beijava..
As palavras que te envio são interditas
Fecharam-nas no relógio do tempo
Dizem que cairam ao mar, para lá do Pôr-do-sol...
Procuraste algum dia na maré?
Pode ser que numa tarde vazia
os teus olhos as encontrem encharcadas de saudade à beira mar..................
ou:- Os teus olhos encharcados de saudade as encontrem.
ACCB
Dia 30-1 - Dia da Saudade
Bipède volupteur de lyre
Epoux châtré de Polymnie
Vérolé de lune à confire
Grand-Duc bouillon des librairies
Maroufle à pendre à l'hexamètre
Voyou décliné chez les Grecs
Albatros à chaîne et à guêtres
Cigale qui claque du bec
Poète, vos papiers !
Poète, vos papiers !
J'ai bu du Waterman et j'ai bouffé Littré
Et je repousse du goulot de la syntaxe
A faire se pâmer les précieux à l'arrêt
La phrase m'a poussé au ventre comme un axe
J'ai fait un bail de trois six neuf aux adjectifs
Qui viennent se dorer le mou à ma lanterne
Et j'ai joué au casino les subjonctifs
La chemise à Claudel et les cons dits " modernes "
Syndiqué de la solitude
Museau qui dévore du couic
Sédentaire des longitudes
Phosphaté des dieux chair à flic
Colis en souffrance à la veine
Remords de la Légion d'honneur
Tumeur de la fonction urbaine
Don Quichotte du crève-cœur
Poète, vos papiers !
Poète, Papier !
Le dictionnaire et le porto à découvert
Je débourre des mots à longueur de pelure
J'ai des idées au frais de côté pour l'hiver
A rimer le bifteck avec les engelures
Cependant que Tzara enfourche le bidet
A l'auberge dada la crotte est littéraire
Le vers est libre enfin et la rime en congé
On va pouvoir poétiser le prolétaire
Spécialiste de la mistoufle
Emigrant qui pisse aux visas
Aventurier de la pantoufle
Sous la table du Nirvana
Meurt-de-faim qui plane à la Une
Ecrivain public des croquants
Anonyme qui s'entribune
A la barbe des continents
Poète, vos papiers !
Poète, documenti !
Littérature obscène inventée à la nuit
Onanisme torché au papier de Hollande
Il y a partouze à l'hémistiche mes amis
Et que m'importe alors Jean Genet que tu bandes
La poétique libérée c'est du bidon
Poète prends ton vers et fous-lui une trempe
Mets-lui les fers aux pieds et la rime au balcon
Et ta muse sera sapée comme une vamp
Citoyen qui sent de la tête
Papa gâteau de l'alphabet
Maquereau de la clarinette
Graine qui pousse des gibets
Châssis rouillé sous les démences
Corridor pourri de l'ennui
Hygiéniste de la romance
Rédempteur falot des lundis
Poète, vos papiers !
Poète, salti !
Que l'image soit rogue et l'épithète au poil
La césure sournoise certes mais correcte
Tu peux vêtir ta Muse ou la laisser à poil
L'important est ce que ton ventre lui injecte
Ses seins oblitérés par ton verbe arlequin
Gonfleront goulûment la voile aux devantures
Solidement gainée ta lyrique putain
Tu pourras la sortir dans la Littérature
Ventre affamé qui tend l'oreille
Maraudeur aux bras déployés
Pollen au rabais pour abeille
Tête de mort rasée de frais
Rampant de service aux étoiles
Pouacre qui fait dans le quatrain
Masturbé qui vide sa moelle
A la devanture du coin
Poète... circulez !
Circulez poète !
Circulez !
Pachos na testa, terço na mão,
Uma botija, chá de limão,
Zaragatoas, vinho com mel,
Três aspirinas, creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher.
Ai Lurdes que vou morrer.
Mede-me a febre, olha-me a goela,
Cala os miúdos, fecha a janela,
Não quero canja, nem a salada,
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada.
Se tu sonhasses como me sinto,
Já vejo a morte nunca te minto,
Já vejo o inferno, chamas, diabos,
Anjos estranhos, cornos e rabos,
Vejo demónios nas suas danças
Tigres sem listras, bodes sem tranças
Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes fica comigo
Não é o pingo de uma torneira,
Põe-me a Santinha à cabeceira,
Compõe-me a colcha,
Fala ao prior,
Pousa o Jesus no cobertor.
Chama o Doutor, passa a chamada,
Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada.
Faz-me tisana e pão de ló,
Não te levantes que fico só,
Aqui sozinho a apodrecer,
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer.
António Lobo Antunes - (Sátira aos HOMENS quando estão com gripe)
São mesmo assim, não é verdade meninas?
Hoje espreitando coisas de uma amiga, encontrei memórias .............
MÃE DE ÁGUA
Deitar fora sem desgosto a tigela antiga que se partiu (isto é: que eu parti)
e pensar com a risada de minha Mãe:
«Deixá-lo! Temos que fazer viver os oleiros!» (a consolar-se do seu gesto desastrado)
e aceitar o passar do tempo sem angústia e sem saudade
e dizer como ela dizia sem palavras: «O tempo fez-se para passar!»
Ah sim! que passe e nos leve e não se fala mais nisso!
Mas se ao menos nos levasse para o mesmo sítio, Mãe!»
Teresa Rita Lopes, Afectos, Editorial Presença, Lisboa, 2000
Poema em branco
Não tinha mais para escrever que nada
A página cheia de espaços olhava-me silenciosa
Penso que nem silêncio tinha
Seria porque o Inverno caíra no meu tinteiro?
ACCB
Quantas vezes, ficava a olhar, a olhar
MOTE:_(...) ao ver em Lisboa roupa estendida a secar em vários rés do chão, reconciliei-me um pouco com a capital.
MARIA
Lisboa, cidade, menina e moça...tão minha.
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Os afectos não se decretam, nem revogam
muitas vezes repristinam-se...
ACCB
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Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia
Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia
Ary dos Santos
Os poetas....será que morrem os poetas? Eles, os que nos fazem sentir sempre que sentimos como eles.
Que podiamos escrever como eles, que não o sabemos fazer mas sabemos sentir como eles.
Eles, os poetas que nos sobressaltam e não esquecemos, ...os que ficam e permanecem no tempo e em nós...
E de cada vez que um poema que escreveram é lido, de todas e todas e muitas vezes,... sentiremos o mesmo...
A tarde será sempre a mesma... e o acordar o mesmo de sempre... e os recantos da alma estarão sempre lá...
ACCB
"Se sofreu uma injustiça, console-se; a verdadeira infelicidade é cometê-la."
(Demócrito)
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"Pessoalmente não sou nada de expor a minha intimidade. Não é por razões puritanas, mas por filosofia de vida. Sou de outra época. Não deixo, no entanto, de admirar o seu estilo, como quem admira uma obra de arte. A arte viva, feita de células e neurónios tem uma duração efémera e as pessoas esculturalmente bonitas devem preparar-se para isso. O espelho onde nos admiramos é o mesmo espelho que nos trai. E eu não lhe desejo que o espelho lhe venha a causar sofrimento. A mitologia grega tem sobre isso muita sabedoria. Não sei se fui claro nem sei porque me veio a necessidade deste desabafo. Conheço dramas que tiveram origem no amor-próprio, a si-mesmo; e, talvez por simpatizar consigo, paradoxalmente, sem a conhecer, desejo que o futuro lhe traga sempre o espírito de se aceitar como é, sem receios. Terei sido claro?!... se não fui, paciência, delite o que escrevi."
João Baptista Vasconcelos Magalhaes
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto
e em minha voz a tua voz.
FP
Mãe,
Cá estou por Lisboa fechada no meio dos livros e das leis que deslizam dos códigos como enguias de caldeirada. Às vezes adormeço cansada em cima da secretária e sonho que se transformaram mesmo em cobras.
Olho pela janela e reparo que os dias correm rápido por sobre a ponte e mudam a cor ao rio constantemente.
Tem estado frio. Não sei como vais por aí. Tens acendido a lareira? E comes as nossas linguas de gato à noite?
Li na tua carta que o limoeiro deu o primeiro limão do ano.
Lembras-te quando era pequena e gostava de ser eu a apanhá-lo? A Maria cantava sempre aquela canção do limão oh verde limão...
Este ano contaste-me isso com uma alegria que se via na tinta da caneta com que escreveste a carta. Não sei que tinha a tua escrita. Tu nem escrevias. Até parecia que o limão era precioso.
Lembrei-me do meu Castelo no cimo, em que há noite sonhava contos de fadas... lembras-te?
Tenho de ir dormir. Ando cansada e os códigos são tão grandes que os homens não cabem lá dentro.
Guarda o limão para que eu o apanhe ou então olha,...faz arroz doce.
Beijos Mãe. Amo-te muito.
Inês.
ACCB
Quem vai dizer ao coração,
Que a paixão não é loucura
Mesmo que pareça
...Insano acreditar
Mesmo sem palavra
Alguma pra falar
Meu amor,a vida passa num instante
E um instante é muito pouco pra sonhar
Quando a gente ama,
Simplesmente ama
E é impossível explicar
Quando a gente ama
Simplesmente ama
Oswaldo Montenegro
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MOVIMENTO DE INTERVENÇÃO E CIDADANIA
Diga não à erotização infantil
Há sempre um livro à nossa espera
Musicas aviação e outras tretas
Olhar Direito ( Ando Por Aqui)
Porto Croft ( Muito prazer por andar por aqui)
PSICOLOGIA CENTRAL de psicologia
Ré em Causa Própria ( Também ando por aqui )
Porosidade etérea ( sobre Poesia)
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Presidente da Comissão Europeia
Media, Strategy and Intelligence