( Norberto Nunes pinta Pessoa -"Quanto fui, quanto não fui, tudo isso sou"
Acordo de noite subitamente.
E o meu relógio ocupa a noite toda.
(...)
O meu quarto é uma coisa escura com paredes vagamente brancas.
Lá fora há um sossego como se nada existisse.
Só o relógio prossegue o seu ruído.
E esta pequena coisa de engrenagens que está em cima da minha mesa
Abafa toda a existência da terra e do céu...
Quase que me perco a pensar o que isto significa,
Mas estaco, e sinto-me sorrir na noite com os cantos da boca,
Porque a única coisa que o meu relógio simboliza ou significa
É a curiosa sensação de encher a noite enorme
Com a sua pequenez...
Fernando Pessoa
Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de Junho de 1888 — Lisboa, 30 de Novembro de 1935), mais conhecido como Fernando Pessoa, foi um poeta e escritor português.
É considerado um dos maiores poetas da Língua Portuguesa, e da Literatura Universal, muitas vezes comparado com Luís de Camões.
LEMBRO-ME DE QUANDO ME DAVAS A MÃO
E
AINDA NÃO ESQUECI
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"Quais são as tuas palavras essenciais?
As que restam depois de toda a tua agitação e projectos e realizações.
As que esperam que tudo em si se cale para elas se ouvirem.
As que talvez ignores por nunca as teres pensado.
As que podem sobreviver quando o grande silêncio se avizinha."
Virgílio Ferreira in 'Escrever'
Que fizeste das palavras?
Que contas darás tu
dessas vogais
de um azul tão
apaziguado?E das consoantes, que
lhes dirás,
ardendo entre o fulgor
das laranjas e o sol dos
cavalos?Que lhes dirás, quando
te perguntarem pelas
minúsculas
sementes que te
confiaram?
Eugénio de Andrade
OS DONOS DA GUERRA
Possivelmente o Rio de Janeiro nesse momento simbolize uma das maiores feridas abertas do nosso país: os resultados da corrupção em todos os níveis, incluindo os mais altos escalões do governo, assim como um comportamento recorrente da sociedade civil brasileira: ora passiva e sem memória diante dos fatos, ora ingênua e sem crítica diante de imagens abertamente sensacionalistas. Falta apenas cantar o Hino Nacional antes de subir o morro, fazendo justiça entre balas de fuzil e aplausos comovidos da mídia. Protegida, evidentemente.
Assim nascem os heróis. O Governador Sérgio Cabral e o BOPE, tropa de elite da polícia carioca. Esses seriam os “mocinhos”. Os “bandidos”? Traficantes de drogas residentes nas favelas, geralmente pobres, normalmente negros (essa palavra é proibida?), ou seja, somente a ponta do iceberg.
Violentos? Os dois lados, não há mocinhos e bandidos numa Guerra Civil.
Existe apenas terror e morte. Isso tornou-se absolutamente necessário? Não sei, contudo o exercício de pensar não é um exercício desprezível, bastando um pouco, somente um pouco de reflexão.
Quem seriam de fato os mocinhos e os bandidos, uma vez que até ontem as armas dos traficantes eram fornecidas pela própria polícia e inclusive pelo exército? Estatisticamente está comprovado: 90% das armas usadas no narcotráfico são nacionais. Não está óbvio qual é a sua origem? Assim como a mesma obviedade garante que isso estava reconhecido pelas devidas autoridades, normalmente responsáveis pela segurança da população e não o contrário.
Delegados, Políticos, Secretários de Segurança, Prefeitos, Governadores. Ainda mais alto? Quem sabe.
Seguindo na linha de raciocínio, onde estão as prisões dos verdadeiros líderes do crime organizado? Estes nunca estiveram dentro do Morro do Alemão ou no Vidigal, ainda menos em Bangu I, II, III...ad infinitum. Ah, não. Coberturas no Leblon ou Ipanema, Mansões no Lago Sul de Brasília, talvez Estados Unidos da América.
O mundo não tem fronteiras quando o colarinho é branco e a fortuna imensa, embora manchada de sangue. Para estes também vai ser apontado o fuzil, enquanto eles rezam o último pai-nosso? E os vereadores, deputados e senadores, ou seja, os membros do legislativo financiados pelo Elias Maluco ou Fernandinho Beira-Mar, cada qual a seu tempo? Não estou presenciando esta sequência post-mortem televisionada, verdadeiro indício de mudanças.
Se tudo fosse absurdamente simples de ser solucionado, como mostrado em menos de uma semana, o que estiveram fazendo nossos governantes, inclusive o último, mantendo toda uma população em estado de terror permanente, sofrendo tortura e assassinato de inocentes dia após dia, ano após ano? Se tudo fosse absurdamente simples, ninguém merecia aplausos, e sim no mínimo tornar-se inelegíveis, pelo tempo onde nada fizeram, pelos interesses ocultos na situação, pelas vidas humanas desperdiçadas.
Porque até então, não era conveniente a solução.
De repente, e de forma estranha logo após uma eleição presidencial, tudo tornou-se absurdamente simples. E minha sensação é de estar num circo mambembe, fazendo parte de um espetáculo de quinta categoria. No papel de palhaço. Mas um palhaço de sorriso amargo, que deixa um fio de lágrimas borrar toda a maquiagem. Pensando no jornalista brutalmente assassinado porque foi “impossível” achar seu cativeiro naquele momento.
Agora parecem achar até o que nunca existiu. Pensando nas balas perdidas ceifando gente e mais gente, enquanto estes mesmos governantes gritavam nos jornais que não havia soluções. Agora havia soluções. Pensando nos chefes do Comando Vermelho, Terceiro Comando, etc...liderando “arrastões” desde o interior dos presídios. Com a conivência de todos, se piscar, até de Jesus Cristo e os Apóstolos.
O sistema sempre alimentou esta guerra, pois as mesmas autoridades agora posando para fotos cinematográficas, sempre puderam fazer o que agora foi feito. Se isso ocorreu, o próprio sistema assim decretou. Mas com limites, nada de subir até onde estão os verdadeiros mandantes, os verdadeiros milionários da droga. Basta a favela, as câmarasde tv e um batalhão saído dos filmes de “Rambo, Programado Para Matar”. Chega para o povo e para os turistas que necessitam vir na Copa e nas Olímpiadas.
Contudo, agora é nossa responsabilidade fazer subir, tornar o teatro uma peça real. Senão a tendência será uma “falsa”paz por um período breve de tempo, até tudo recomeçar. Quando a raiz não é cortada, todas as árvores renascem. Em maior ou menor tempo.
É nossa responsabilidade tirar o dominó de palhaço. Pode ser que assim, finalmente, sejamos respeitados.
E compro aparelhos que eu não sei usar
Eu moro num cenário no lado imaginário e entro e saio sempre que eu estou a fim.
São coisas que eu antes não sabia.
Quero um erro de gramática que refaça
na metade luminosa o poema do mundo,
e que Deus mantenha oculto na metade nocturna
o erro do erro:
alta voltagem do ouro,
bafo no rosto.
( faz hoje 80 anos ) Helder, Herberto,
“Poesia Toda”, Lisboa: Assírio & Alvim, 1996.
As normas estão lá, perfeitas, sublimes na gélida vocação de uma certeza.
São névoas em que as palavras têm a densidade de uma ética imaginária.
Sílaba a sílaba, aprende-se que há gestos que ferem, matam, criam a desordem e traiem o silêncio.
Ninguém o lê, a não ser por dever do ofício.
E, no entanto, tem a textura de uma poesia absurda.
Cada artigo parece um despropósito da evidência, soletrando o que é inabitável.
Num texto sagrado, procura-se a esperança, a redenção, ou o discurso ancestral do medo.
Aqui, aprende-se a hierarquia da pobreza.
Aquele é um artefacto que conduz à ilusão.
Este é uma realidade ponderada nas virtudes do prosaico.
Ninguém pauta uma vida por um código.
O que não é importante.
As penas da lei não se confundem com as penas da alma.
O crime é, antes de o ser, uma abstracção.
Depois de o ser, é a desesperança para sempre instalada na memória.
(Floriano Cardoso)
QUANDO VOGLIO
"
"A um perguntaram uma vez num tribunal por aquilo que eu falei como sendo o oficial "estado civil".
Respondeu «apaixonado», a verdadeira essência humana de todos os estados possíveis,
mesmo que não averbado em nenhuma conservatória desta prosaica terra.
Porque há coração para lá de toda a cidadania.
E isso é a vida!"
AB
Até que ponto os nossos ideiais de defesa e segurança, de Justiça e Verdade, não nos tornam criminosos?
A nós e aos Estados a que pertencemos como Nação.
Lembro-me agora que tenho de marcar um
encontro contigo, num sítio em que ambos
nos possamos falar, de facto, sem que nenhuma
das ocorrências de vida venha
interferir no que temos para nos dizer. Muitas
vezes me lembrei de que esse sítio podia
ser, um lugar sem nada de especial,
como um canto de café, em frente de um espelho
que poderia servir de pretexto
para reflectir a alma, a impressão da tarde,
o último estertor do dia antes de nos despedirmos,
quando é preciso encontrar uma fórmula que
disfarce o que, afinal, não conseguimos dizer. É
que o amor nem sempre é uma palavra de uso,
aquela que permite a passagem à comunicação
mais exacta de dois seres, a não ser que nos fale,
de súbito, o sentido da despedida, e que cada um de nós
leve, consigo, o outro, deixando atrás de si o próprio
ser, como se uma troca de almas fosse possível
neste mundo. Então, é natural que voltes atrás e
me peças: «Vem comigo!», e devo dizer-te que muitas
vezes pensei em fazer isso mesmo, mas era tarde,
isto é, a porta tinha-se fechado até outro
dia, que é aquele que acaba por nunca chegar, e então
as palavras caem no vazio, como nunca tivessem
sido pensadas. No entanto, ao escrever-te para marcar
um encontro contigo, sei que é irremediável o que temos
para dizer um ao outro: a confissão mais exacta, que
é também a mais absurda, de um sentimento; e, por
trás disso, a certeza de que o mundo há-de ser outro no dia
seguinte, como se o amor, de facto, pudesse mudar as cores
do céu, do mar, da terra, e do próprio dia em que nos vamos
encontrar, que há-de ser um dia azul, de verão, em que
o vento poderá soprar do norte, como se fosse daí
que viessem, nesta altura, as coisas mais precisas,
que são as nossas: o verde das folhas e o amarelo
das pétalas, o vermelho do sol e o branco dos muros.
Nuno Júdice
Procuro a ternura súbita,
os olhos ou o sol por nascer
do tamanho do mundo,
o sangue que nenhuma espada viu,
o ar onde a respiração é doce,
um pássaro no bosque
com a forma de um grito de alegria.
Oh, a carícia da terra,
a juventude suspensa,
a fugidia voz da água entre o azul
do prado e de um corpo estendido.
Procuro-te: fruto ou nuvem ou música.
Chamo por ti, e o teu nome ilumina
as coisas mais simples:
o pão e a água,
a cama e a mesa,
os pequenos e dóceis animais,
onde também quero que chegue
o meu canto e a manhã de maio.
Um pássaro e um navio são a mesma coisa
quando te procuro de rosto cravado na luz.
Eu sei que há diferenças,
mas não quando se ama,
não quando apertamos contra o peito
uma flor ávida de orvalho.
Ter só dedos e dentes é muito triste:
dedos para amortalhar crianças,
dentes para roer a solidão,
enquanto o verão pinta de azul o céu
e o mar é devassado pelas estrelas.
Porém eu procuro-te.
Antes que a morte se aproxime, procuro-te.
Nas ruas, nos barcos, na cama,
com amor, com ódio, ao sol, à chuva,
de noite, de dia, triste, alegre — procuro-te.
Eugénio de Andrade, in "As Palavras Interditas"
Jogos de Guerra - Dtos Humanos - satélites ou mísseis
A questão colocou-se de novo, embora de outra forma,
na Cimeira da NATO hoje em Lisboa.
AQUI
Escudo anti missil /desarmamento
**
+
Este ano, no dia do meu aniversário, deram-me prendas muito bonitas e com muito conteúdo.
Esta foi a que mais me tocou e, o mais engraçado, é que só depois soube que era para mim.
Provocou uma sensação indescritível de responsabilidade e carinho,....
eu não sei quem sou .
"O Homem de sucesso é o que viveu bem, riu muitas vezes e amou bastante; que conquistou o respeito dos homens inteligentes e o amor das crianças; que galgou uma posição respeitada e cumpriu suas tarefas; que deixou este mundo melhor do que encontrou, ao contribuir com uma flor mais bonita, um poema perfeito ou uma alma... resgatada; que buscou o melhor nos outros e deu o melhor de si."
Robert Louis Stevenson
Esplanada desenhada por Eduardo Salavisa
Gosto de esplanadas de sábado com sol por cima e mar ao fundo. Hoje há um véu cinzento de Outono a caminhar para o Inverno.
Não gosto do véu cinza nevoeiro.
É frio e tem os dedos compridos e magros. Toca-me os cabelos e deixa-lhes lágrimas na cor.
Na esplanada o sol aquece-me sempre a alma se está e, o mar sorri-me se lhe sente a presença.
O nevoeiro traz imagens antigas, de naufrágios e olhos tristes, vozes que chegam de longe, de um local que já não existe...
ACCB
O CLEOPATRAMOOON FEZ 5 ANINHOS ONTEM DIA 12 - LEMBROU-ME O PEDRO
O Pedro é o artista que desenhou a imagem do blog.
Lembrou-me, porque eu por vezes esqueço-me das datas.... Esqueci-me do aniversário do meu Blog . E,... gosto tanto dele.
Pronto. Fica aqui assinalado algo que faz parte da minha vida....
Parabéns para o Cleopatramoon pelos leitores que tem
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Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia
Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia
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"Inveja
é um sentimento de aversão ao que o outro tem e a própria pessoa não tem. Este sentimento gera o desejo de ter exatamente o que a outra pessoa tem (pode ser tanto coisas materias como qualidades inerentes ao ser)e de tirar essa mesma coisa da pessoa, fazendo com que ela fique sem. É um sentimento gerado pelo egocentrismo e pela soberba de querer ser maior e melhor que todos, não podendo suportar que outrem seja melhor.
A origem latina da palavra inveja é "invidere" que significa "não ver". Com o tempo essa definição foi perdendo o sentido e começado a ser usado ao lado da palavra cobiça, que culminou, então, no sentido que temos hoje.
Os indivíduos disputam poder, riquezas e status, aqueles que possuem tais atributos sofrem do sentimento da inveja alheia dos que não possuem, que almejariam ter tais atributos. Isso em psicologia é denominado formação reativa: que é um mecanismo de defesa dos mais "fracos" contra os mais "fortes".
A inveja é originária desde tempos antigos, escritos em textos, que foi acentuado no capitalismo e no darwinismo social, na auto-preservação e auto-afirmação, a inveja seria, popularmente falando, a arma dos "incompetentes".
Numa outra perspectiva, a inveja também pode ser definida como uma vontade frustrada de possuir os atributos ou qualidades de um outro ser, pois aquele que deseja tais virtudes é incapaz de alcançá-la, seja pela incompetência e limitação física, seja pela intelectual."
Porque não está na moda ser romântico, nem sequer amar.
Amar com aquele sentimento lindo e suave e turbulento, feito de deslumbramento e idiotia.
Não estou na moda.
Não conto as conquistas pelos dedos, nem as relato ávidamente como se fossem caçadas dificeis e, mortes fáceis porque a atiradora é infalível.
Estou mesmo démodé porque, gosto de caminhar ao lado, pés descalços, sentindo a areia grão a grão nas solas dos pés e o aroma da maresia que vem e vai com a maré,... e o som do infinito salgado que é o mar.
Estou fora de moda.
Gosto de música piegas e dançante, de fios de fumo de cigarro que não fumo e não inalo, de livros cheios de conclusões para tirar em várias direcções; de filmes como o Clube dos Poetas Mortos ou o Sorriso de Monalisa, ou Comer Orar e Amar,... e coisas quietas e pensativas...
Gosto de café bebido durante uma hora e, continuo a gostar de saborear tudo,... até um olhar....ou a voz.
Estou fora de capa de revista, porque gosto de me sentir bem no que visto, independentemente de estar na berra ou na revista...
Estou fora de uso, porque não gosto de conquistas ao momento, a quente e a frio, que dão burburinho porque apenas duram um burburinho...
Estou absolutamente fora de moda. Não me apaixono com facilidade,.. acho que nem me apaixono.............a não ser quando subitamente me sinto apaixonada,.. e depois, não deixo de ficar apaixonada.
Será doença?!
Quero lá saber que me gostem ou me detestem, ... se querem saber até me dá gozo que me detestem.
Estou irremediávelmente venenosa e, irreversívelmente fora de moda..
Estou-me nas tintas para o po
lticamentezinho correcto e para ambições desmedidas e ôcas, que caem com o governo que cai, a não ser que quem não é arrastado tenha o dom camaleónico de não ter cor...
Estou démodé!!!!!!!!!!!!!
Totalmente, absolutamente, irremediavelmente, saborosamente fora de moda.
CCB
( ACCB- VENEZA - 2005)
Nunca amamos alguém.
Amamos, tão-somente, a ideia que fazemos de alguém.
É um conceito nosso – em suma, é a nós mesmos – que amamos.
Isto é verdade em toda a escala do amor. No amor sexual buscamos um prazer nosso dado por intermédio de um corpo estranho.
No amor diferente do sexual, buscamos um prazer nosso dado por intermédio de uma idéia nossa. ... em exacta verdade, o onanista é a perfeita expressão lógica do amoroso.
É o único que não disfarça nem se engana.
As relações entre uma alma e outra, através de coisas tão incertas e divergentes como as palavras comuns e os gestos que se empreendem, são matéria de estranha complexidade.
No próprio acto em que nos conhecemos, nos desconhecemos.
Dizem os dois “amo-te” ou pensam-no e sentem-no por troca, e cada um quer dizer uma ideia diferente, uma vida diferente, até, porventura, uma cor ou um aroma diferente, na soma abstracta de impressões que constitui a actividade da alma.
Estou hoje lúcido como se não existisse.
Meu pensamento é em claro como um esqueleto, sem os trapos carnais da ilusão de exprimir.
E estas considerações, que formo e abandono, não nasceram de coisa alguma – de coisa alguma, pelo menos, que me esteja na plateia da consciência.
Talvez aquela desilusão do caixeiro de praça com a rapariga que tinha, talvez qualquer frase lida nos casos amorosos que os jornais transcrevem dos estrangeiros, talvez até uma vaga náusea que trago comigo e me não expeli fisicamente…
Disse mal o escoliasta de Virgílio.
É de compreender que sobretudo nos cansamos.
Viver é não pensar.
Bernardo Soares - Livro do Desassossego
Vi as águas os cabos vi as ilhas
E o longo baloiçar dos coqueirais
…
Vi ferros e vi setas e vi lanças
Vi pérolas e conchas e corais
…
Só do Preste João não vi sinais
As ordens que levava não cumpri
E assim contando tudo o que vi
Não sei se tudo errei ou descobri
Sophia de Mello Breyner Andresen
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
MOVIMENTO DE INTERVENÇÃO E CIDADANIA
Diga não à erotização infantil
Há sempre um livro à nossa espera
Musicas aviação e outras tretas
Olhar Direito ( Ando Por Aqui)
Porto Croft ( Muito prazer por andar por aqui)
PSICOLOGIA CENTRAL de psicologia
Ré em Causa Própria ( Também ando por aqui )
Porosidade etérea ( sobre Poesia)
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Presidente da Comissão Europeia
Media, Strategy and Intelligence