«Para fazer uma obra de arte não basta ter talento,
não basta ter força,
é preciso também viver um grande amor.» -
Wolfgang Amadeus Mozart
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Bom dia! pela manhã ainda a noite não adormecera.
Uma pasta cheia de dias da semana, carregados de trabalho e na alma o dever cumprido.
Só aquela mania do Benfica me punha nervosa.
Falador e brincalhão, resposta na ponta da lingua e prontidão na defesa e no ataque. Não, não eras jogador de futebol, eras colega de trabalho e de rota em direcção ao Norte às quartas feiras, dias pesados para mim, pelo menos entre as 5h00 e as 8h00.
Num remate mais curto a vida pregou-te uma partida e não deu espaço para o tempo marcar mais golos.
Sente-se que falta um jogador no campo.
O teu Benfica será campeão.
Couberam-me alguns dos teus processos, mal parados coitados, que seriam despachados com mais Justiça por ti decerto.
Chamavas-me Adrenalina e naquele dia em que faltei, disseste que o silêncio no Alfa e no Tribunal era tão grande que ensurdecia.
Um beijo amigo.
Os percursos fazem-se até ao fim.
Hoje perdi um amigo, coisa pior no Mundo,não há.
ACCB
À conversa com um amigo falava-se em voltar a escrever. Escrever só por escrever, com a alma e aquela vontade súbita de dizer o que nunca foi dito ou, o que já foi dito mas de outra forma. Juntar as palavras em jogos de pensamentos e sentimentos e, fazê-las criar um texto que no fim faz ou não sentido mas, fez sentir a quem leu.
Voltar a escrever...
E um aperto alterou os batimentos cardíacos. Voltar a escrever e a vontade de o fazer já, de seguida, por "dá cá aquela palha" e senta-te aí que quero estar só e calada com as minhas palavras.
Estar só e à conversa com os meus pensamentos sem regras, sem objectivo, sem destino, que eles nascem não sei de onde nem como, nem quando,...subitamente apenas .
Olhar o ecrã e o teclado e sentir que é preciso dizer algo, algo fechado nas ideias que se escondem de esquina em esquina no pensamento e na lembrança e tomam forma...Por vezes como monstros a quererem que eu escreva e choque, outras vezes como tardes de Primaveras cheias de cerejeiras em flor e códigos de Bushido porque, os sabres ficaram embainhados.
Passar os olhos pelos dias e escolher uma palavra, uma só palavra, para dar início a um texto que não sabemos como vai ser, mas vai ser; escolher uma só ideia, curta, súbita, sem corpo ou continuação e construir uma estrada de jogos, de pensamentos que definem e não definem, encontram e não descobrem, fingem que sim, mas afinal não...tal como algumas pessoas e os seus sentimentos.
Voltar a escrever, uma necessidade de catarse.
Nunca a sentiram?
ACCB
Para celebrar o envelhecer, uma vez eu escrevi 45 lições que a vida me ensinou.
É a coluna mais requisitada que eu já escrevi. O meu taxímetro chegou aos 90 em Agosto, então aqui está a coluna mais uma vez:
1. A vida não é justa, mas ainda é boa.
2. Quando estiveres em dúvida, apenas dá o próximo pequeno passo.
3. A vida é muito curta para perdermos tempo a odiar alguém.
4. O teu trabalho não vai cuidar de ti quando adoeceres. Os teus pais e amigos vão. Mantém o contacto.
5. Paga as tuas facturas do cartão de crédito todos os meses.
6. Tu não tens que vencer todos os argumentos. Concorda para discordar.
7. Chora com alguém. É mais curativo do que chorar sozinho.
8. Está tudo bem se ficares danado com Deus. Ele aguenta.
9. Poupa para a reforma começando com o teu primeiro salário.
10. Quando se trata de chocolate, a resistência é em vão.
11. Sela a paz com o teu passado para que ele não estrague o teu presente.
12. Está tudo bem se os teus filhos te vêem chorar.
13. Não compares a tua vida com a dos outros. Tu não tens ideia do que se passa na vida deles.
14. Se um relacionamento tem que ser um segredo, tu não deverias estar nele.
15. Tudo pode mudar num piscar de olhos; mas não te preocupes, Deus nunca pisca.
16. Respira bem fundo. Isso acalma a mente.
17. Desfaz-te de tudo o que não é útil, bonito e prazenteiro.
18. O que não te mata, realmente torna-te mais forte.
19. Nunca é tarde demais para se ter uma infância feliz. Mas a segunda só depende de ti e de mais ninguém.
20. Quando se trata de ir atrás do que tu amas na vida, não aceites NÃO como resposta.
21. Acende velas, coloca lençóis bonitos, usa lingerie elegante. Não guardes para uma ocasião especial. Hoje é especial.
22. Prepara-te bastante, depois deixa-te levar pela maré...
23. Sê excêntrico agora, não esperes ficar velho para usar roxo.
24. O órgão sexual mais importante é o cérebro.
25. Ninguém é responsável pela tua felicidade além de ti.
26. Encara cada "chamado desastre" com estas palavras: Em cinco anos, vai importar?
27. Escolhe sempre a vida.
28. Perdoa tudo a todos.
29. O que as outras pessoas pensam de ti não é da tua conta.
30. O tempo cura quase tudo. Dá tempo ao tempo.
31. Independentemente se a situação é boa ou má, irá mudar.
32. Não te leves tão a sério. Ninguém mais leva...
33. Acredita em milagres.
34. Deus Ama-te por causa de quem Deus é, não pelo o que tu fizeste ou deixaste de fazer.
35. Não faças auditorias da tua vida. Aparece e faz o melhor dela agora.
36. Envelhecer é melhor do que a alternativa: morrer jovem.
37. Os teus filhos só têm uma infância.
38. Tudo o que realmente importa no final é que tu amaste.
39. Vai para a rua o dia todo. Milagres estão à espera em todos os lugares.
40. Se todos jogássemos os nossos problemas numa pilha e víssemos os dos outros, pegaríamos os nossos de volta.
41. Inveja é perda de tempo. Tu já tens tudo o que precisas.
42. O melhor está para vir.
43. Não importa como tu te sintas, levanta-te, veste-te e aparece.
44. Produz.
45. A vida não vem embrulhada num laço, mas ainda é um presente!!!
Sed de amores tenía,
y dejaste que la apagase en tu boca,
¡piadosa samaritana!,
y te encontraste sin honra,
ignorando que hay labios que secan
y que manchan cuanto tocan.
Lo ignorabas...,
y ahora lo sabes!
Pero yo sé también, pecadora compasiva,
porque a veces hay compasiones traidoras,
que si el sediento volviese a implorar misericordia,
su sed de nuevo apagaras,
samaritana piadosa.
No volverá, te lo juro;
desde que una fuente enlodan con su pico
esas aves de paso,
se van a beber a otra.
Rosalía de Castro
Pergunta-me
se ainda és o meu fogo
se acendes ainda
o minuto de cinza
se despertas
a ave magoada
que se queda
na árvore do meu sangue
Pergunta-me
se o vento não traz nada
se o vento tudo arrasta
se na quietude do lago
repousaram a fúria
e o tropel de mil cavalos
Pergunta-me
se te voltei a encontrar
de todas as vezes que me detive
junto das pontes enevoadas
e se eras tu
quem eu via
na infinita dispersão do meu ser
se eras tu
que reunias pedaços do meu poema
reconstruindo
a folha rasgada
na minha mão descrente
Qualquer coisa
pergunta-me qualquer coisa
uma tolice
um mistério indecifrável
simplesmente
para que eu saiba
que queres ainda saber
para que mesmo sem te responder
saibas o que te quero dizer
Mia Couto
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Aproximo-me da noite
o silêncio abre os seus panos escuros
e as coisas escorrem
por óleo frio e espesso
Esta deveria ser a hora
em que me recolheria
como um poente
no bater do teu peito
mas a solidão
entra pelos meus vidros
e nas suas enlutadas mãos
solto o meu delírio
É então que surges
com teus passos de menina
os teus sonhos arrumados
como duas tranças nas tuas costas
guiando-me por corredores infinitos
e regressando aos espelhos
onde a vida te encarou
Mas os ruídos da noite
trazem a sua esponja silenciosa
e sem luz e sem tinta
o meu sonho resigna
Longe
os homens afundam-se
com o caju que fermenta
e a onda da madrugada
demora-se de encontro
às rochas do tempo
Mia Couto, in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"
El periódico muniqués Süddeutsche Zeitung afirma en un artículo titulado “Víctima de los poderosos”, que “sea cual sea la postura que se adopte” frente al juez, “hay algo que no le podrá negar ni su más enconado enemigo: que se escabulla de los casos incómodos”. Y prosigue: “hay buenas razones para considerar vergonzosa la causa contra Garzón. (…)
The Wall Street Journal Europe, en su editorial “La jurisdicción universal se lleva su merecido”, mantiene que el juez Baltasar Garzón ha sobrepasado “su jurisdicción e ignorado la amnistía de 1977”. El periódico financiero recuerda que el procesamiento del difunto dictador Pinochet por parte del juez español “era una receta para la anarquía legal y la discordia internacional” y concluye: “Serán los españoles, en España y según la legislación española, quienes determinen si es legal que un juez español pueda librar de nuevo la Guerra Civil española de hace 70 años. Lo que nos suena correcto. Esperamos que los imitadores de Garzón otorguen a otros países el mismo respeto”.
El Tiempo, de Colombia, en su editorial: “La campaña contra Garzón”, argumenta: “Un magistrado del Tribunal Supremo español ha ordenado que se juzgue como reo de ‘múltiples motivos opuestos al ordenamiento jurídico’ al juez Baltasar Garzón, adalid internacional que persiguió a dictadores, procesó a terroristas e investigó a corruptos y mafiosos. La decisión podría traer, como resultado final de la causa, una sanción que aparte a Garzón de los estrados judiciales durante veinte años y liquide así su carrera profesional”.
El rotativo hamburgués Die Zeit, en el extenso artículo titulado “Solidaridad con el Juez Baltasar Garzón” que lleva la firma de Werner A. Perger, sostiene que “El hombre que como juez de instrucción ha llevado ante el tribunal desde finales de los años ochenta a capos de la droga, terroristas etarras, banqueros de primera fila, políticos internacionales, antiguos miembros del gobierno socialista y políticos locales y regionales conservadores y que desde hace cerca de veinte años está acompañado las 24 horas del día por escoltas, como los fiscales antimafia en Italia, debe responder por ‘prevaricación’.
En el periódico británico The Guardian el columnista Reed Brody afirma en un artículo titulado “El sombrío ataque al juez Garzón” que “el juez español se ha granjeado muchos enemigos al intentar aplicar en España los mismos principios que ha aplicado con éxito en otros países”.
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deixem-me ser todo eu um livro… queria ser todo eu algo escrito, algo para dizer ou ser dito!…
queria ser todo eu um poema para num livro à tua cabeceira pousar, sentir-me ser lido e nas tuas mãos versejar…
deixem-me ser um poema!…
se o livro que desejo ser, em livro um dia se tornar, que seja o livro do livro lido por todos os que precisam de amar…
sou assim, o poema desta manhã, as palavras desta tarde e os sons desta noite…
sou a manhã deste poema e a tarde destas mesmas palavras, a noite dos sons do fogo que arde…
sinto assim a sua fragrância, numa ânsia de palavra dita ou mesmo de palavra escrita…
sinto o odor do poema versejado, ouvido, relido, mirado, querido ou até mesmo odiado…
sinto o cheiro da palavra que escrevo ou da palavra que leio…
sinto o poema dentro de mim com a manhã a nascer em ti ouvindo a tarde adormecer na noite do teu sonho de prazer…
sinto-me poema… sinto-me verso… sinto-me palavra… sinto-me viver…
deixa-me ouvir… deixa-me ler, porque não quero sentir a dureza do insulto que o silêncio em mim provoca…
não quero ouvir os gritos lancinantes dum silêncio que tanto me choca…
quero ouvir as palavras ditas… quero ler as palavras escritas… quero ouvir os sons que elas me trazem…
quero ler as tonalidades que elas fazem… quero sentir o impacto do dito… quero sentir o embate do grito…
não quero ler a palavra não escrita… não quero ouvir o silêncio do livro vazio…
não quero escutar o silêncio do dito não dito…
quero sentir a pureza da voz que a palavra escrita me traz…
quero sentir o estrondo do grito que a palavra dita me faz…
quero sentir que és…
quero sentir que estás…
quero sentir as palavras e quero os livros com elas gravadas!…
deixem-me ser um poema!…
escrevo assim o poema desta manhã com as palavras da tua tarde e os sons da nossa noite e, se a noite chegar, sem que a manhã tenha surgido, não tenhas receio, não tenhas medo, porque mesmo assim eu te leio…”
Joaquim Nogueira
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Guernica - Picasso
entre as formas que vão para a serpente e as formas que buscam o cristal,
deixarei crescer meus cabelos. "
Michael Bublé
Pavilhão Atlântico Novembro
E eu já lá estou! ;-)
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O que é um beijo? Que significa para nós um beijo? Que efeitos produz em nós um beijo?
Dennis Stock, Sun, Brother Sun, 1970
Tenho estado todo o dia com ganas de escrever. Mas a vontade ora é muita, ora se esbate nos papéis em frente do nariz, ora saltita por solicitações bem mais agradáveis que é época de férias e há quem as tenha.
Provavelmente o que eu estou mesmo a precisar é de fazer uma pausa a sério e não pausas saltitantes.
Vou para o mar...navegar é preciso...
ACCB
_---------- Than you only got to raise your eyes
And see me fly
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Magoa-me a saudade
do sobressalto dos corpos
ferindo-se de ternura
sói-me a distante lembrança
do teu vestido
caindo aos nossos pés
Magoa-me a saudade
do tempo em que te habitava
como o sal ocupa o mar
como a luz recolhendo-se
nas pupilas desatentas
Seja eu de novo a tua sombra, teu desejo,
tua noite sem remédio
tua virtude, tua carência
eu
que longe de ti sou fraco
eu
que já fui água, seiva vegetal
sou agora gota trémula, raiz exposta
Traz
de novo, meu amor,
a transparência da água
dá ocupação à minha ternura vadia
mergulha os teus dedos
no feitiço do meu peito
e espanta na gruta funda de mim
os animais que atormentam o meu
Mia Couto
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O poeta não gosta de palavras:
escreve para se ver livre delas.
A palavra
torna o poeta
pequeno e sem invenção.
Quando,
sobre o abismo da morte,
o poeta escreve terra,
na palavra ele se apaga
e suja a página de areia.
Quando escreve sangue
o poeta sangra
e a única veia que lhe dói
é aquela que ele não sente.
Com raiva,
o poeta inicia a escrita
como um rio desflorando o chão.
Cada palavra é um vidro em que se corta.
O poeta não quer escrever.
Apenas ser escrito.
Escrever, talvez,
apenas enquanto dorme.
MIA COUTO
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
MOVIMENTO DE INTERVENÇÃO E CIDADANIA
Diga não à erotização infantil
Há sempre um livro à nossa espera
Musicas aviação e outras tretas
Olhar Direito ( Ando Por Aqui)
Porto Croft ( Muito prazer por andar por aqui)
PSICOLOGIA CENTRAL de psicologia
Ré em Causa Própria ( Também ando por aqui )
Porosidade etérea ( sobre Poesia)
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Presidente da Comissão Europeia
Media, Strategy and Intelligence