Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio;
acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas;
na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio;
e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão;
como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado;
na insônia dos braços luminosos do relógio;
e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos;
e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão;
às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres;
mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia;
no andar diferente da irmã dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes;
nas ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas;
quando a alma se habitua às províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar; na compulsão da simplicidade simplesmente;
no sábado, depois de três goles mornos de gim à beira da piscina;
no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias, mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o gineceu de duas flores;
em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de delicadezas, onde há mais encanto que desejo;
e o amor acaba na poeira que vertem os crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero;
nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e volta de nada para nada;
em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e acaba;
no inferno o amor não começa;
na usura o amor se dissolve; e
m Brasília o amor pode virar pó;
no Rio, frivolidade;
em Belo Horizonte, remorso;
em São Paulo, dinheiro;
uma carta que chegou depois, o amor acaba;
uma carta que chegou antes, e o amor acaba;
na descontrolada fantasia da libido;
às vezes acaba na mesma música que começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes;
e muitas vezes acaba em ouro e diamante, dispersado entre astros;
e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova Iorque;
o coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o amor;
e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares gelados;
e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo;
na janela que se abre, na janela que se fecha;
às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo;
às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido;
mas pode acabar com doçura e esperança;
uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade;
o álcool; de manhã, de tarde, de noite;
na floração excessiva da primavera;
no abuso do verão;
na dissonância do outono;
no conforto do inverno;
em todos os lugares o amor acaba;
a qualquer hora o amor acaba;
por qualquer motivo o amor acaba;
para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.
Sándor Márai é um daqueles escritores que já quase vou tratando por tu.
Ficou-me no vício de ler e eu gosto de ter alguns vícios.
Sándor Márai tem o à vontade de conversar connosco em discurso indirecto, a leveza de nos pôr a ver e ouvir as personagens através de um discurso de narrador feito por uma só personagem. Coloca-nos a narrativa sob os olhos num discurso vertiginoso de três pessoas que nos contam a sua versão dos outros dois e constrói uma vida do princípio ao fim do livro.
É o que acontece no livro "A mulher certa".
O amor de uma mulher por um homem que toda a vida amou outra mulher que não era a sua, outra mulher que nunca foi sua, apesar da ilusão e que o detestava...mas fingiu que o amava, por vingança... por maldade,... por frieza....O esconder de sentimentos, o jogo de fingimentos e a crueldade de alguém que prendeu outra pessoa a si apenas pelo capricho de o fazer.
Uma época, três vidas,....em Budapeste...
Uma mulher descobre que o marido tem uma paixão....Um homem conta como abandonou a mulher por outra.... uma outra conta como casou com um homem para sair da pobreza...
Três vidas interligadas e Sándor Márai que os conhece por dentro e por fora, como quem conhece as misérias humanas.
Uma escrita plena de reacções humanas que ele não pinta de cor de rosa e descreve nu e cru........
Vale a pena ler e conhecer e saber também que foi ele quem escreveu "As velas ardem até ao fim".
Para quem gosta da presença do mar com sol e sorrisos, há um restaurante na Parede que convida a um excelente almoço que dure por duas ou mais horas.
Come-se peixe pois claro e fresco, sem dúvida. O Peixe na Linha.
Vinho branco? Muito fresco que o sol estava alto e entrava pelas amplas janelas suspensas sobre as vagas que se espraiavam lá em baixo.
Ainda se pensou como seria se houvesse um tremor de terra mas, os sorrisos e a conversa, sustentaram a ideia bem mais agradável de que a janela até podia ser de um navio de cruzeiro.
Numa praia portuguesa concerteza, entre Lisboa e Cascais sobre a falésia e com pratos saborosos de tão simples e tão frescos.
Para exemplificar e fazer crescer água na boca,a grelhada mista, a cataplana de peixe, a açorda de marisco servida no pão .
Também o arroz e a massinha de peixe... delícia...
No capítulo das sobremesas, dizem que têm o "o melhor bolo de chocolate do mundo" . mas eu sei onde comer o melhor bolo de chocolate do Mundo.
(Depois digo-vos!)
E pese embora este talvez seja bom, que eu não comi sobremesa, acreditem que o outro é muito, mas muito melhor. Não tenho qualquer dúvida. Nem me atrevo a duvidar!
Um filme de 1980 - drama - ficção científica com a direcção de Jeannot Szwarc que retrata a vida de um jovem e retorna ao passado para resgatar uma mulher que, no presente, diz ser o seu grande amor.
O filme é baseado no romance de Richar Matheson originalmente publicado com o título de Bid Time Return em 1975 e mais tarde republicado como Somewhere in Time.
“O congresso dos juízes não tem legitimidade democrática para aprovar o ‘Compromisso de Ética’”
O ‘Compromisso Ético’ que a Associação Sindical dos Juízes fez aprovar no recente congresso é inepto e insano.
Não tem qualquer validade jurídico-constitucional ou força para vincular os juízes associados e, por maioria de razão, muito menos os não associados. A ASJP produziu um documento para o museu legislativo dos seus arquivos.
É um enunciado de princípios gerais, de vacuidades e pretensioso nos seus propósitos. Nem como instrumento de auto-regulação pode valer, porque os juízes, constitucionalmente, não se podem auto-regular em matérias que têm que ver com a forma como exercem a profissão.
O ‘Compromisso Ético’ dos juízes, no exercício da judicatura, está plasmado na Constituição, na Lei e nos seus Estatutos. Estes instrumentos de regulação são a matriz legitimadora do exercício ético e moral da profissão.
Os valores e a essência da ética não se reforçam por cartilha, antes existem ou não em cada um de nós. O juiz, comprometido eticamente com a missão que lhe foi conferida pelo cidadão de administrar a Justiça em nome do povo, não precisa desta utopia, apenas da sua consciência ética e esta não lhe é conferida por qualquer dirigente associativo, muito menos por quem se esquece de que ser ético é também aceitar a pluralidade de opiniões e o livre associativismo.
Ser ético é respeitar as pessoas e os colegas de profissão que não pensam como nós. Bem andou a pregar frei Tomás. A ética dos juízes é o seu valor pessoal, dispondo de um arsenal valioso com base na concepção piramidal sustentada pela Constituição.
E se isto tudo não bastasse, este compromisso está ferido de legitimidade. O congresso dos juízes não tem legitimidade democrática para aprovar este compromisso, que não foi sujeito a um amplo debate entre os juízes, não bastando uma simples assembleia, com fraca representatividade, para fazê-lo.
Era matéria que, a ter alguma utilidade, precisava de ser ‘referendada’ por todos os juízes, o que não aconteceu. Estas são regras da Democracia que deviam ter sido respeitadas pelos mentores desta inútil falácia.
E o que dizer da ofensa que lhe está subjacente, feita a muitos juízes associados que agora ficaram a saber que não têm ética porque pertenceram ou pertencem à Maçonaria ou ao Opus Dei ou porque exerceram ou exercem funções em comissões de confiança política?
O disparate também tem limites éticos.
A ética da convicção não pode dar lugar à ética da conveniência.
Me enseñaste a no fumar sin desayuno Me enseñaste a dividir Que la suma de uno y uno siempre es uno Si se aprende a compartir.
Me enseñaste que los celos son traviesos Que es mitad falta de sesos y mitad inseguridad Me enseñaste a ser pareja en libertad. Me enseñaste que el amor no es una reja Y que es mentira la verdad.
Me enseñaste que no es bueno el que te ayuda Sino el que no te molesta (...) Me enseñaste muchas cosas de la cama Que es (...) también para dormir Me enseñaste entre otras cosas a vivir Me enseñaste que una duda puede más que la razón.
Pero fallaste mi gurú Se te olvidó enseñarme que hago si no estás tú Me enseñaste de todo excepto a olvidarte Desde filosofía hasta .................... A saber que el afrodisiaco más cumplidor No son los mariscos sino el amor. Pero no me enseñaste a olvidarte Me enseñaste de todo excepto a olvidarte A convertir una caricia en una obra de arte
A saber que los abogados saben poco de amor Y que el amor se cohibe en los juzgados
Deixo-vos aqui a introdução ao compromisso Ético dos Juizes Portugueses que gostaria de ir discutindo a pouco e pouco neste espaço.
Não é um código deontológico nem pretende competir com o Estatuto dos Magistrados Judiciais.
É uma concretização em palavras, colocada à disposição do público em geral, daquilo que é e deve continuar a ser estrutural e intrínsecamente um Juiz.
Num tempo em que quase tudo é efémero e está em crise, os juízes portugueses assumem como o seu mais valioso património, o seu mais seguro investimento e o seu melhor crédito, os valores inerentes à Ética de ser Juiz.
Aglutinados em torno da sua Associação representativa, os juízes portugueses querem com este documento enaltecer, valorizar e divulgar os valores essenciais da Ética Judicial, a independência, a imparcialidade, a integridade, o humanismo, a diligência e a reserva.
Querem ainda os juízes portugueses assumir, deste modo, a condição de guardiães dos valores e princípios condensados neste Compromisso Ético, de que são tributários, orientados para garantirem os direitos, liberdades e garantias fundamentais dos cidadãos e o interesse destes na boa administração da Justiça.
Se o cidadão tiver dúvidas quanto ao Sistema Judicial, que tenha sempre confiança nas qualidades dos juízes portugueses para realizarem a Justiça, “dando a cada um o que é seu”.
António Martins,
Presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses
1. Independência
Enunciado:
A independência do poder judicial é inerente ao Estado de direito democrático e garantia da administração, pelos juízes, de uma justiça imparcial em nome dos cidadãos
Princípios:
1. Os juízes, actuando em nome do cidadão, afirmam e fazem respeitar a sua independência e manifestam-na, tanto no exercício das suas funções como fora delas.
2. Os juízes respeitam a separação de poderes e a esfera de atribuições dos outros órgãos de soberania, nos termos da Lei.
3. Os juízes julgam apenas sujeitos à Lei e às decisões dos tribunais superiores proferidas em sede de recurso.
Durante a visita a um hospital psiquiátrico, um dos visitantes perguntou ao director: - Qual é o critério pelo qual vocês decidem quem precisa ser hospitalizado aqui?
Respondeu o director: - Nós enchemos uma banheira com água e oferecemos ao doente uma colher, um copo e um balde e pedimos que a esvazie. De acordo com a forma que ele decida realizar a missão, nós decidimos se o hospitalizamos ou não. - Entendi - disse o visitante - uma pessoa normal usaria o balde, que é maior que o copo e a colher.
- Não -respondeu o director - uma pessoa normal tiraria a tampa do ralo. O que o senhor prefere? Quarto particular ou enfermaria?
(Dedicado a todos os que escolheram o balde)
Pensamos sempre que somos NORMAIS, que 'LOUCOS SÃO OS OUTROS...'
'Eis-nos divorciados. Por fim, dormimos em casas separadas mas, afinal, não se me multiplicou o espaço nem o ar que respiro.
Queria tanto para mim, este tempo todo, tendido como massa fresca , este livro, esta calma.. Mas tu insistes em aparecer por entre as letras, numa dança triste, e eu distraio-me. Sinto falta de quando sorvia parágrafos onde calhasse, num prazer clandestino, antes que alguém desse conta.
Queria talvez telefonar-te e ouvir a tua voz, não porque te tenha saudades, mas só para te saber real e não apenas um projecto falhado.
Costumava ansiar por uma refeição em paz, que pudesse atravessar num ruminar mudo, mas agora que não me interrompes, levanto-me, sento-me, vou à janela, e o jantar cansa-se nas bordas do prato.
Preciso de procurar o silêncio com a urgência de alguém que perdeu as chaves e está atrasado, e não de dar com ele, assim, em cada esquina. A tua falta é como estar sentada num banco de pregos a meio de um campo e gozar de uma liberdade dolorosa.
Na verdade, ainda não senti o alívio que imaginei: em vez de expirar profundamente à espera de uma ressureição qualquer, dou por mim a arfar baixinho como um cão, a oxigenar-me com cuidado e à superfície, a ver se me aguento em pé.
Às vezes, sinto-me forte, capaz de enfrentar o mundo nesta minha nova condição de amputada; outras, em especial quando a noite cai demasiado depressa, cedo ao pânico, como se num elevador parado entre andares.
Nessas alturas, enrosco-me como um feto e só quero agarrar-me à barriga das tuas pernas e pedir-te que seja ainda antes de ires, quando chegavas a casa calado e o pior que acontecia era o tédio correr-nos nas veias.
Há momentos em que dava tudo para que os teus pés frios, que sempre me desagradaram, arrefecessem este medo que me tolhe.'
Eu, uma mulher... tu sabes quem. Prefiro manter o anonimato.
Tu não sabes
Quanto tempo vais poder
Dizer: «Este sou eu»,
Gritar que o chão é teu,
Tu não sabes,
Que o céu chama por ti,
Quando à noite te sorri,
Quando as pétalas se abrem
Só por si,
Tu não sabes.
Tu não sabes
Quanto tempo irás pedir
Quando o sangue te fugir,
Quando o punho se fechar
Sobre ti,
Tu não sabes,
Que o sonho não morreu
Quando o beijo se perdeu,
Que a manhã não acabou
Só por nós,
Tu não sabes.
Que palavras vais usar
Quando o sono não vier,
Quando a noite te disser:
«Vem comigo».
Que loucura irás dizer
Quando a mão que te apertar
Te pedir para ficares
Só mais um dia,
Tu não sabes,
Tu não sabes,
Tu não sabes.
Tu não sabes
Quantos rios se vão deter,
Quantos olhos vão beber
Nas palavras que colaste
Junto ao peito,
Tu não sabes,
Que os teus dedos são já meus,
Que se vão fechar nos teus,
Quando os barcos se despedem
Na maré,
Tu não sabes. -
Esta paragem no Congresso, deixou-me com a secretária pasmada a olhar para mim disfarçando um ar de troça. Como se me dissesse:- "Ai foste à Póvoa do Varzim? Ai foste ver o Mar e o sol a nascer reflectido sobre as águas? Ai quiseste ir para fora? Agora aguenta e despacha-te a dar ao dedo que é hora de me arrumares de novo, se algum dia me conseguires ter arrumada!"
Ai senhor , mas os juizes senhor...
E agora aqui me vejo a braços com um número aumentado de trabalho que nasceu de noite e de dia e estende os braços como um polvo ou uma planta daquelas que crescem de repente nos filmes com efeitos especiais.
Aqui nem preciso de filme... é tudo realidade.
Mas porque o Juiz é um resistente, a fúria de ter tudo a meu jeito enfurece-me contra a vaga de folhas escritas, vai de lhes deitar as unhas enquanto não se multiplicarem por muitos mais.
Do Congresso para além da responsabilidade cumprida e dos caminhos percorridos em frente, ficam os momentos bons passados ao lado dos que como eu devem ter secretárias irónicas e sonsas, cheias de nascentes de trabalho.
Os sorrisos partilhados com os de todos os dias e os abraços de saudade daqueles que não encontrava há muito.
As rugas do tempo no rosto deles que elas , estão sempre jovens.
Os números de telemóveis que se multiplicaram na agenda e as promessas de que amanhã nos voltaremos a encontrar para os que ficam distantes, o até amanhã para os que estão sempre perto.
E vai daí.... vou trabalhar.
Até já que esta secretária está mesmo a precisar de ser posta na ordem.
Os Juizes Portugueses, deste pequeno país à beira mar plantado, reuniram-se na Póvoa do Varzim durante três dias para falarem eles próprios do que para eles é ser Juiz e do que querem tansmitir aqueles que julgam, sobre si mesmos.
Para falarem dos progressos feitos e e dos impasses que ainda se mantêm;
das garantias de um Estado de Direito e de desafios que se colocam a uma magistratura do séc XXI.
Não estou impressionada com as palavras do senhor Ministro da Justiça na sessão de encerramento: " Os culpados do estado da justiça não são, afinal, os juízes".
Palavras proferidas a menos de um ano de eleições legislativas.
No ultimo Congresso dos Juizes o Sr. Ministro culpava os juízes pelo entrave ao desenvolvimento económico.
Hoje Alberto Costa anunciou o adiamento da entrada em vigor do mapa judiciário de Janeiro para Abril.
Ontem, deixou-nos elogios: "Os portugueses devem reconhecer a capacidade dos magistrados como participantes activos na mudança qualitativa." E disse ainda que quem aponta o dedo aos tribunais e juízes como culpados está "enganado".
Ora ainda bem! Isso significa que o senhor Ministro estava enganado e reconheceu o erro.
Em 2005 e sobre o ultimo Congresso eu escrevi isto .
Depois do discurso de ontem acho que houve progressos e só espero que os mesmos não indiquem apenas vontade de ser cortejado.
Pela parte que me toca quanto à Associação dos Juizes Portugueses agora em exercício de funções, apenas posso dizer que outros poderiam ter feito o mesmo, mas niguém teria feito melhor.
Para além deste breve comentário dir-vos-ei que os Juizes neste Congresso fizeram ainda passar um Compromisso Ético que em breve colocarei no Blog para que todos o possam ler e comentar e que podem no entanto encontrar desde já aqui:- http://www.asjp.pt/
Trata-se de um conjunto de princípios que são parte integrante do que é o ser Juiz e que não constando da forma de estar e de ser daquele que exerce essas funções, certamente não teremos um Juiz inteiro nem um meio Juiz, nem Juiz algum.
Como escrever uma carta de amor, se trago a dor no meu peito? Como escrever uma carta desamor, se a dor abafa o meu peito?
Amor,
Pudera fazer do meu corpo, a minha, tua carta de amor, que as palavras já estão gastas, mortas no meu peito, tão cansadas deste grito, em palavras declamadas... Como te sorrir, se os meus nervos me atrofiam a leveza, que preciso... Essa fatal clareza de espírito, que me solta... e me faz ser a borboleta que te rodopia no teu corpo... Como te fazer ver e crer, que apenas bastava tão pouco... para fazer brotar ao de cima a chave que abriria aquela porta... E se agora eu acalmar, será que não altercas... que é a morte que me está a chamar... E eu já não possuo forças para lutar, reclamar...
Barack Obama confirmou, na sua primeira entrevista após as eleições para a presidência dos EUA, que vai encerrar Guantanamo e retirar as tropas do Iraque.
_________
Gosto do ar descontraido e jovem do novo presidente dos EUA.
Gosto do seu sorriso que gostava que não fosse permanente mas, nem por isso, deixa de ser cativante e agradável e de ter um toque de serenidade que espero não seja passageira.
Gosto de saber que ele se preocupa em acabar com um dos simbolos de abuso e violação de Direitos Humanos que não é apenas um símbolo, é uma realidade.
Gosto de pensar que é verdade. Que a preocupação e o desejo se tornarão realidade.
Sou 60% optimista. Os outros 40% ficam para as dúvidas e as certezas de que sou pessimista.
O que me preocupa é que esta decisão está em estudo e há estudos que me fazem urticária. E depois há sempre aquelas conversas do costume: - "Como sabem não é fácil. é preciso estudar uma situação que substitua esta,...é preciso saber que destino dar aos terroristas...
Como se os siuspeitos de terrorismo fossem todos terroristas e vai de os isolar e maltratar....
O que me preocupa é que me parece que Obama como todos os homens que têm de tomar decisões politicamente correctas, está mais preocupado com a logística e as consequências de alterações súbitas e radicais , do que com os Direitos humanos ou a não violação dos mesmos.
O que me parece é que, tendo em conta o número de presos existentes ( superior a 200) e de indiciados (ao que dizem cerca de 20), Obama vai deixar arrastar isto por tempo indeterminado...
Ou seja, o que eu quero dizer é que isto de ser governante e ter de tomar decisões não é fácil, por isso há que ter cautelas... Prometer e não cumprir, para mais se estão em causa seres humanos a morrer aos poucos, indiciados ou suspeitos de terrorismo, sujeitos ao que parece a tratamento desumano, tira a credibilidade a quem quer parecer forte humano e inovador.
Não basta querer...é preciso fazer.
É por isso que eu digo que prefiro os homens de actos aos homens de Palavra(s).
Nestas coisas de jantaradas o tempo passa a correr e é devorado entre conversas e risos, tentativas de nos desdobrarmos por todos e multiplicarmos por mais e, no fim da noite ou do jantar para ser mais verdadeiro, temos sempre a sensação de que prolongariamos as risadas, as alegrias e as partilhas por muitas e longas horas, de preferência até de madrugada.
É claro que se para alguns a idade dá para isto para outros a idade não perdoa.
Digo eu que ontem era uma das mais velhas no jantar que se organizou entre amigos e amigos, e só me apetecia ficar até de madrugada.
Muitos amigos... alguns de há muitos anos,outros de há poucos mas amigos também.
E, a sensação sempre boa de que todos os que sentamos à mesma mesa comungam de um mesmo sentimento autêntico: - a amizade.
Uma sensação boa de olhar para trás e sentir que muitos amigos caminharam connosco e, ainda lá estão, ao nosso lado e novos amigos nos acompanharão pelo caminho que sempre se faz caminhando.
E um pedir-lhes que lá continuem ao nosso lado, connosco...... Tanto aos de sempre como aos de agora e para sempre.
Só porque a amizade não se oferece por acaso, só porque a amizade não se recebe por acaso, só porque sabemos que todos aqueles com quem partilhamos a vida vão estar sempre ao nosso lado e sabemos que ficaremos sempre ao lado deles, que queremos estar ao lado deles....
Não importa a contabilidade dos anos,... importa a partilha da Vida e a construção de um caminho de alicerces seguros...
Olhar em volta e ver sorrisos e olhares sinceros de sempre, sem tempo do tanto tempo que têm....mesmo que o tempo seja de há pouco....É a melhor prenda que se pode receber em meio século de Vida.
Aos que estiveram presentes um enorme beijo significado de um grande carinho.
Aos que não puderam porque a vida chamou alguém no tempo certo, outro grande beijo porque, apesar de ausentes estiveram comigo e eu com eles.
Aos que por qualquer outra razão não estiveram...acreditem que as distâncias ou os imprevistos da Vida não vos fizeram ausentes no meu coração.
Se eu hoje tivesse de escrever a todos as minhas ultimas palavras, como se estivessem todos reunidos à minha volta e sem mim, dir-vos-ía que vos adoro,... que ficarei sempre convosco e em vós e, que vous levarei sempre comigo, porque estamos ligados uns aos outros pelo elo da Amizade.
Meu amor, minha pequenina, minha tudo e nada Meu passarinho indefeso, meu pedacinho de mim, meu passado e meu futuro, meu ontem meu hoje e amanhã...Minha...de mim,... Olho-te assim tão pequena , tão doce, dormindo descansada no meu braço agarrada ainda à minha mão. Respiras e de vez enquando suspiras e o corpo abandona-se num arrepio ou num desencontro de temperaturas . És tão dependente de mim. Sou tão dependente de ti. Não há palavras que descrevam com verdade o que sinto por ti. Meu pedacinho de tudo, minha noite mal dormida, meu dia arrasado de ausência, meu encontro desejado, meu abraço delicado, meu sorriso sincero... Meu tudo, ...minha filha.
Uma professora do ensino básico pediu aos alunos que fizessem uma redacção sobre o que gostariam que Deus fizesse por eles..
Ao fim da tarde, quando corrigia as redacções, leu uma que a deixou muito emocionada. O marido, que, nesse momento, acabava de entrar, viu-a a chorar e perguntou:
- O que é que aconteceu? '
Ela respondeu:
- Lê isto. Era a redacção de um aluno.
*'Senhor, esta noite peço-te algo especial: transforma-me num televisor.
Quero ocupar o lugar dele. Viver como vive a TV da minha casa. Ter um lugar especial para mim, e reunir a minha família à volta... Ser levado a sério quando falo... Quero ser o centro das atenções e ser escutado sem interrupções nem perguntas. Quero receber o mesmo cuidado especial que a TV recebe quando não funciona. E ter acompanhia do meu pai quando ele chega a casa, mesmo quando está cansado. E que a minha mãe me procure quando estiver sozinha e aborrecida, em vez de me ignorar.. E ainda, que os meus irmãos lutem e se batam para estar comigo.. Quero sentir que a minha família deixa tudo de lado, de vez em quando, para passar alguns momentos comigo. E,por fim, faz com que eu possa diverti-los a todos.
Senhor, não te peço muito...Só quero viver o que vive qualquer televisor.'*
Amor de minhas entranhas, morte viva, em vão espero tua palavra escrita e penso, com a flor que se murcha, que se vivo sem mim quero perder-te. O ar é imortal. A pedra inerte nem conhece a sombra nem a evita. Coração interior não necessita o mel gelado que a lua verte.
Porém eu te sofri. Rasguei-me as veias, tigre e pomba, sobre tua cintura em duelo de mordiscos e açucenas. Enche, pois, de palavras minha loucura ou deixa-me viver em minha serena noite da alma para sempre escura.