Quarta-feira, 31 de Maio de 2006

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A ausência é algo que conforta... quando sabemos que a saudade é correspondida!
 
A saudade é algo de maravilhoso...quando sabemos que a ausência é indesejada!
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escrito no papiro por ACCB às 08:18
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Segunda-feira, 29 de Maio de 2006

Jose Hermano Saraiva

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" Tudo em Sintra é divino.
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Não há caminho que não seja um poema..."

 

Jose Hermano Saraiva
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escrito no papiro por ACCB às 23:26
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Domingo, 28 de Maio de 2006

A propósito de Crimes Menores in- Jornal de Notícias - de hoje -


Uno di un ragazzi ha scritto in un tema:
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“IO VIVO DOVE MI TROVO: SOTTO UN VIADOTTO, NELLA STRADA O SULLA SPIAGGIA. ANCHE SOTTO LA PIOGGIA! NON HO MAI AVUTO UNA CASA, IO. PERO’ MI IMMAGINO COME DOVREBBE ESSERE: ACCOGLIENTE, BELLA, CON LA FAMIGLIA VICINA. MOLTA GENTE SI LA MENTA PERCHE’ LA SUA CASA E’ PICCOLA, MA LORO ALMENO SONO AL SICURO. IO HO UNA CASA IMMENSA, GRANDE QUANTO LA MIA CITTA’, MA E’ FREDDA E PERICOLOSA”.
(Dal tema in classe: “Dove vivi”)
R.A.R.–15anni- http://www.itclenoci.it/SpazioStudenti/progetti/progettoinfanzia
/meninos_da_rua.htm
****
(...)
(Extracto de algo escrito há tempos. Daí os tempos verbais que contudo se podem também conjugar no presente.)
..........
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Escreve, escreve para mim. Sobre que lhe iria escrever? Que lhe poderia contar?
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As fisionomias dos que permaneciam na praia já não eram decifráveis em contra luz. Não lhes sabíamos a idade ou a raça. Apenas os contornos me diziam se eram homem ou mulher e que todos estavam envolvidos no mesmo momento.
Era um espaço temporal em que credos, raças ou políticas não tinham lugar.
Sorri ao pensar que era um espaço absolutamente constitucional!
Credos e raças.
Raças… as tão invocadas e defendidas, as minorias étnicas porque as maiorias não eram raças. Por vezes pensava que era essa a ideia da generalidade dos mortais. Quando se fala de raça, fala-se de pretos não de brancos. Ou, numa interpretação mais “democrática” e menos xenófoba, de pretos e brancos.
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Mas…. Cuidado! Branco será raça?! Ridículo trazerem-me à audiência tais ideias….Numa época em que a descoberta de um código genético vinha dizer que afinal nem havia raças… como podiam dizer que era por serem pretos que eram condenados?!
Era assim, tão simples quanto isto:
- Vocês tratam-nos assim porque somos pretos!
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Ouvia isto vezes sem conta da boca de miúdos que nem sabiam o que tinha sido o racismo ou o que era.
Miúdos de bairro, filhos de homens e mulheres trabalhadores, que sofriam na pele a dureza de um horário desgastante para trazerem para casa o salário de um mês que a custo geriam.
E os filhos, a geração de uma época pós descolonização, desconheciam todo o sofrimento do desenraizamento, e as dificuldades com que os pais os alimentavam e os educavam. Cheios que estavam de lacunas culturais e de insuficiências económicas.
Todos jovens, muito jovens mas a enveredar por comportamentos de grupo, quase tribais e principalmente desviantes.
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- “A gente” assaltou a loja porque queria uns ténis da Reebok e uns blusões da Nike.
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- “ Fizemos” o Civic porque as “garinas” gostam desses carros e nós queríamos dar umas voltas com elas.
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- Faço isto porque quero dinheiro para comprar roupas de marca.
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- Faço isto porque é um desafio. Só quem tem coragem consegue. Não tenho medo. Só “tou” arrependido porque estou aqui…e “tou” preso.
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- Não vou estudar porque não gosto. A cabeça não dá. Prefiro beber uns copos - vinho tinto com Coca Cola… O pessoal fica “bué da fixe” e depois faz merda!
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- Estou arrependido porque estou preso.
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- A “bófia” arreou-me e eu tive de dizer que era eu.
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- Fumo uns charros e dou uns “drunfos”….nada de mais. Arranjo o dinheiro por aí a “fazer” uns putos na escola e umas velhotas nas compras. Também arrumo uns carros.
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- Passo o tempo com o pessoal lá do bairro. Bebemos umas coisas… damos umas voltas… às vezes representamos uns aos outros o produto e passamos assim a tarde. Um tipo fica “baril” “táver”?! “Tá-se bem!”Estudar é uma seca!
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-A minha velha e o meu velho são uns chagas… dão-me cabo da cabeça… dizem que se não estudo tenho de trabalhar… mas… sou preto… não dão trabalho aos pretos.
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- “Chinei” o tipo porque ele não queria dar-me o dinheiro. Começou a enervar-se e …e olha, “chinei-o” depois dei-lhe a “palmada”. Se o gajo não tem feito “basqueiro”…não “tava” hoje aqui!!.
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- O “ moelas” é que foi da ideia. Eu e o “Fininho” só demos cobertura. Os putos eram só dois. Fizemos os telemóveis… era para vender… “pá” droga eu?! Não… eu queria uns ténis NiKe e os meus pais diziam que não!...
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- Estou na 3ª classe. Ainda não tive tempo de fazer mais anos… tenho 16 anos… tenho de trabalhar às vezes… não dá para ir à escola. “Bazo” dali logo que me levam lá. AH! Isso não é “pra mim”, cabeça não dá!
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Enquanto eles desenrolam os disparates que dizem e fazem no dia a dia, abanando-se ao ritmo não sei de que som imaginário que lhes enche os ouvidos, ou como se tivessem de falar marcando o ritmo das palavras, as mães, porque só as mães aparecem, choram lá atrás sem solução para tanta indisciplina.
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Os seus meninos estão presos ou a caminho de o ficarem Não percebem como tal lhes foi acontecer e pedem muitas vezes a ajuda do Tribunal. Algumas dizem que já não têm mão neles. Que é melhor ficarem presos. Outras não se conformam com tal hipótese e, também elas, pensam que é tudo uma questão de racismo.
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Quando os acórdãos são lidos há os que amolecem, os que prometem mudar de vida e há os que nos olham com a arrogância própria de quem não entende porque não pode ter o que alguns têm. Não aceitam desigualdades sociais e transformam-nas em desigualdades raciais.
Lembro-me de um olhar de 17 anos que me fixava de baixo para cima, cheio de revolta e de ódio. Disse-lhe que teria de levantar mais o rosto… que estava muito desnivelado, muito em baixo…Ergueu a cabeça e passou a olhar-me muito de cima para baixo, com a mesma arrogância revolta e desafio, quase com um misto de ódio .
- Assim já consegue estar quase ao nível do meu olhar – respondi-lhe com um sorriso seco e irónico.
O resultado foi desconcertante. Os ombros quebraram e, por inacreditável que possa parecer, dos olhos caíram lágrimas grossas e, das mãos atrás das costas atadas num mutismo de desafio, soltaram-se soluços que o abanaram pelos ombros enquanto lhe li o acórdão.
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No fim não tinha percebido nada. A família assistia à audiência e a mãe entre emocionada e feliz, assoava-se ruidosamente. A irmã sorria. O irmão ía em liberdade. Com regime de prova ou lá o que era, mas livre.
- Percebeu?!
- Vou preso.
- Valha-me Deus! Estive a falar para quem?!
- Não entendi!!!
- Vais em liberdade! – Ouviu-se na sala e em coro.
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Não entendia.
Depois de estrebuchar durante todo o julgamento e de “ se estar completamente nas tintas” para o que lhe perguntaram, como podia ir em liberdade?!
Que queriam eles em troca?! Que cumprisse regras?! Se não, iria dentro?! Era preferível ficar dentro já. Regras não era com ele. Apresentações?! Acompanhamentos? Horários?!.... Xii!!!!! Ganda Nóia!!! Deixar de andar à noite?! Sem poder sair da Azinhaga dos Besouros a não ser para ir à assistente social e ver “a cota” da juíza ao Tribunal.
Ter de frequentar escola e ter notas para passar?! Com a velha a “chagar-lhe a mona”?! Sim porque o pai… esse… deixara-os havia muito tempo. Vivia com outra e tinha filhos aqui e acolá….
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Mas… de qualquer forma…ficava em liberdade…. Talvez até fosse bom….O pior era o controlo que iam exercer sobre ele. Bem, a mãe trabalhava todo o dia e a irmã mais velha também. Podia ser que até corresse tudo bem.
Já não podia fazer parte do grupo mais destemido do bairro.
Os mais velhos iam desprezá-lo e os mais novos teriam pena dele.
O Gang ía abandoná-lo.
Era com eles que se sentia forte e gente.
Com eles tudo era fácil e possível, não havia limites nem barreiras.
Regras?! Só as que eles criavam. Até a bófia tinha medo deles! Iria ser renegado!!! Sentia-se perdido.
O seu grupo de pares iria rejeitá-lo e, os outros, já o rejeitavam havia muito. Sem apoios, nem de família nem de escola como ía ver-se sozinho, no seu conflito íntimo?
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Deveria o tribunal condená-lo a uma pena efectiva?
Não. A pena suspensa na sua execução obrigá-lo-ía a optar.
Ou a criminalidade definitivamente, ou o abandonar de praticas ilícitas.
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Não podia juntar num mesmo estabelecimento prisional, um miúdo que delinquíra pela primeira vez, e rapazes habituados à delinquência e a anos de condenações.
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Embora não lhe aplicasse o regime dos jovens adultos face ao tipo de crime – roubo – em que a violência empregue não o permitia, deixava-lhe a porta aberta para provar que queria mudar a sua vida e os seus pares e a oportunidade de acompanhado, o fazer realmente.
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É uma obrigação do estado de Direito criar condições para a inserção do cidadão na sociedade.
Havia uma oportunidade a dar a miúdos como ele.
Apesar do enorme alarme social, a primeira vez pode até ser a única.
O Tribunal deve procurar ter sempre em conta o princípio da preferência pelas reacções não detentivas, sempre que estas se revelam suficientes no caso concreto, para a realização das finalidades da punição.
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E, se o Juiz não é, como alguns podem pensar, um indivíduo de mentalidade pobre e obtusa, mas antes o dono de uma inteligência que pressupõe para além do conhecimento, a imaginação, impõe-se-lhe pois, a obrigação de enriquecer, até ao limite possível a panóplia das alternativas à prisão posta à sua disposição e, a obrigação de a usar sempre que tal for possível.
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Por outro lado necessita indiscutivelmente de resposta pronta por parte de instituições de apoio.
O rapaz ficaria com a pena suspensa pelo período de três, sujeito a apertado regime e a um leque de obrigações que não lhe dariam tempo para pensar em outra coisa que não fosse o que o tribunal lhe impunha.
Era uma escolha que lhe cabia fazer. O Tribunal propunha-se apoiar…. A escolha era dele apesar de tudo.
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Era ali, naquelas situações que mais me sentia Juiz. Na intervenção que fazia de uma forma mais directa na sociedade. Ou que pelo menos tentava fazer.
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Por isso o Direito Penal me seduzia. Porque me seduziam os outros.
Os seus conflitos e os seus egos, as suas interrogações e as suas dificuldades.
O Direito Penal era os outros… as pessoas.
E as pessoas apaixonavam-me e levavam-me a sentir que valia a pena, apesar de tudo, acreditar em mudanças.
Descobrir o ser humano era possível ali.
Nunca seria uma civilista de alma e coração. Embora o Direito Civil fosse um jogo de intelecto, desafiador e gratificante, o Direito Penal era a descoberta do outro. O procurar e o encontrar de um Mundo Real que, embora controlado, me entrava pela alma dentro e que eu tentava perceber e por vezes modificar, que me encantava e seduzia, porque, no outro, descobria-me a mim.
Na sala de audiências, na cadeira vedada aos outros mortais em que eu me sentava para exercer a Justiça em nome deles e por eles, e que eles sabiam pertencer-me por direito, o espaço era pouco para tanta sede de entender a personalidade dos outros, os porquês dos outros… .
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Mas o desejo de cada vez mais os esmiuçar e entender, levava-me a não abdicar de todo um Poder / Dever que me orgulhava de exercer.
Por vezes sentia-me um Dom Quixote contra moinhos de vento, sem respostas e sem instituições de apoio.
Mas não desistia, e o prazer de algumas “vitórias” era, apesar de curto, compensador.
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E era através deste ramo do Direito, e por este, que mais se impunha a interdisciplinaridade das diversas matérias como a psicologia, a sociologia a psiquiatria forense, a medicina, porque também estas se debruçam sobre o Homem e os seus comportamentos. Os dissecam e tentam entender e explicar.
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E o Direito, em especial o Penal, não pode abstrair-se dessa realidade, porque essa realidade, é importante a cada um de nós e é cada um de nós.
Cada ser é um ser e para o definir e julgar, para compreender também a vítima, a sociologia e a psicologia têm obrigatoriamente de estar presentes.
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Os Juízes não são mais figuras medievais, nem seres longínquos e inatingíveis, fechados ao Mundo que os rodeia. Eles são técnicos de Direito que saem do Mundo que os rodeia e fazem parte intrínseca do mesmo.
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O seu conhecimento não se pode limitar ao Direito. O Juiz deve ter a abertura suficiente para poder conhecer o ser humano no seu todo, isso é ainda mais exigível ao Juiz do Crime mas, é-o também ao Juiz de Família e ao Juiz de Cível e do Trabalho....
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É também na sua experiência e na sua capacidade de abertura que encontra o outro, objecto do seu julgar. Para isso não precisa de ser mais ou menos velho…precisa apenas de estar atento e aberto aos outros. O facto de ser mais velho ou mais novo, não dá ao Juiz mais sensatez. Pode dar-lhe, ou não, mais experiência de vida, mas, se não tiver sensibilidade nem estiver vazio de preconceitos, pouco lhe adiantará os anos a mais com que percorreu a vida.
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Como diz Kant na sua Crítica da Razão Pura : «Não há dúvida que todo o nosso conhecimento começa com a experiência. Com efeito, como poderia ser despertada para o seu exercício a capacidade de conhecer se não fosse pelos objectos que impressionam os nossos sentidos e que, por um lado, produzem representações por si mesmos e, por outro, põem em marcha a nossa faculdade intelectiva a fim de que compare, ligue ou separe estas representações, e elabore assim a matéria bruta das impressões sensíveis para delas extrair um conhecimento dos objectos a que se chama experiência? Deste modo, cronologicamente, nenhum conhecimento precede em nós a experiência e é com esta que todos os conhecimentos principiam. Mas, se todo o nosso conhecimento principia com a experiência, daí não resulta que proceda todo da experiência (…).»
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Sejam quais forem o modo e os meios pelos quais um conhecimento se possa referir a objectos, é pela intuição que se relaciona imediatamente com estes. (...) Esta intuição, porém, apenas se verifica na medida em que o objecto nos for dado; o que, por sua vez, só é possível (pelo menos para nós homens) se o objecto afectar o espírito de certa maneira. A capacidade de receber representações (receptividade), graças à maneira como somos afectados pelos objectos, denomina-se sensibilidade. Por intermédio, pois, da sensibilidade são-nos dados objectos e só ela nos fornece intuições; mas é o entendimento que pensa esses objectos e é dele que provêm os conceitos.»
“ Sem a sensibilidade nenhum objecto nos seria dado; sem o entendimento nenhum seria pensado. Pensamentos sem conteúdo são vazios; intuições sem conceitos são cegas.
Pelo que é tão necessário tornar sensíveis os conceitos (isto é, acrescentar o objecto na intuição), como tornar compreensíveis as intuições (isto é, submetê-las aos conceitos).
Estas duas capacidades ou faculdades não podem permutar as suas funções. O entendimento nada pode intuir e os sentidos nada podem pensar.
Só pela sua reunião se obtém conhecimento.»
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É por aí que passa a capacidade de apreciar a prova, apurar os factos e determinar a culpa com a correspondente medida da pena.
A capacidade de ser Juiz.
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Não é igual à capacidade exigida ao Ministério Público. A esse cabe-lhe a investigação, a intuição da descoberta dos indícios, a inteligência para os reunir, a táctica para chegar a eles, o constante zelar pela legalidade democrática. A esse, cabe-lhe a sensibilidade para os oferecer ao que os irá apreciar e concluir pela segurança e credibilidade dos mesmos. Ao Procurador cabe a tarefa de estar sempre alerta, de esmiuçar os pormenores e fazer deles indícios que serão inevitavelmente prova.
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Ao advogado, e por ora, apenas a falar do Direito Penal, cabe o papel de mostrar os indícios reunidos com outra face, aos olhos do Juiz. Talvez lhe caiba o papel de acordar o Juiz à tal interdisciplinaridade de que tanto se fala e necessita.
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Não é como se o Procurador, a acusação, fosse um anjo da Justiça assim como o advogado outro anjo em busca da verdade da Justiça, e o Juiz um anjo na hierarquia superior aos outros dois, que decide e pode fazê-lo porque distanciado de qualquer das personagens em juízo.
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Mas, é como se a Justiça fosse o resultado desse trabalho conjunto entre os três e, só com esse esforço norteado apenas para um fim, o da descoberta da verdade dos factos, se conseguisse alcançar aquilo que todos procuramos exigimos e a que temos direito, o que se pede em todos os recursos e despachos de sustentação: Justiça!
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( e pensei escrever-lhe sobre isto)
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ACCB- Setembro de 2003 - copyright
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escrito no papiro por ACCB às 18:01
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Sábado, 27 de Maio de 2006

Lisboa feita de Luz

http://colacojose.blogspot.com/


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Lisboa.
fragmentada de águas .
memórias inchadas de prazer.
assim caída nos meus ombros à deriva
por outros mares
outras marés
outros cheiros
mas sempre rente à música do teu ventre
inclinado para o tejo.
há quanto tempo não te fazia e dizia amor nos dentes.
amor nas ancas
dedilhadas por farpas e guitarras e vielas...
assim te desdigo saudade.
e volto aos teus flancos como gaivota
em dezembros líquidos e densos.
oleosos.
florestais.
lisboa de um piano que finalmente se cala.
neste aqui.
que já foi tanto.
mesmo quando tocava sangue e silêncio.
não é de adeus que te falo.
é de mais longe.
de mais logo.
de outro lugar.
as árvores dão ramos.
que fazem de ninho.
onde me aninho.
e te beijo lisboa.
de teclas acesas.
amanhã.
outro rio.
e voltar é o princípio.
*
http://mendesferreira.blogspot.com/
escrito no papiro por ACCB às 21:40
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Quinta-feira, 25 de Maio de 2006

IDÍLIO


Hoje um amigo trouxe-me doces dos Açores, imagens dos Açores e chá....
Tudo envolto neste soneto.


IDÍLIO
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Quando nós vamos ambos, de mãos dadas,
Colher nos vales lírios e boninas,
E galgamos dum fôlego as colinas
Dos rocios da noite inda orvalhadas;
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Ou, vendo o mar das ermas cumeadas
Contemplamos as nuvens vespertinas,
Que parecem fantásticas ruínas
Ao longo, no horizonte, amontoadas:
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Quantas vezes, de súbito, emudeces!
Não sei que luz no teu olhar flutua;
Sinto tremer-te a mão e empalideces
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O vento e o mar murmuram orações,
E a poesia das coisas se insinua
Lenta e amorosa em nossos corações.

ANTERO DE QUENTAL
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Antero de Quental (1842-1891) nasceu em Ponta Delgada, Açores. Frequentou a Universidade de Coimbra, tendo passado depois algum tempo em Paris. Viajou pelos Estados Unidos e Canadá, fixando-se em Lisboa. Pertenceu à à chamada Geração de Setenta, grupo que pretendia renovar a mentalidade portuguesa, e participou nas Conferências do Casino. Foi amigo, entre outros, de Eça de Queirós e Oliveira Martins. Atacada por uma doença do foro psiquiátrico, regressa aos Açores onde se suicida. As suas obras vão da poesia à reflexão filosófica: Raios de Extinta Luz, Odes Modernas, Primaveras Românticas, Sonetos, Prosas e Cartas.
escrito no papiro por ACCB às 22:41
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Terça-feira, 23 de Maio de 2006

Astrologia / Vinicius

A mulher e o signo ( Vinicius de Morais )
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Áries
De 21 de março a 20 de abril
Branca, preta ou amarela
A ariana zela.
Tem caráter dominador
Mas pode ser convencida
E aí, então, fica uma flor:
Cordata... e nada convencida.
Porque o seu denominador
É o amor.
Eu cá por mim não tenho nenhum
preconceito racial:
Mas sou ariano!
Touro
De 21 de abril a 20 de maio
O que é que brilha sem
Ser ouro? - A mulher de touro!
É a companheira perfeita
Quando levanta ou quando deita.
Mas é mulher exclusivista
Se não tem tudo faz a pista.
Depois que dona de casa...
E a noite ainda manda brasa.
Sua virtude: a paciência
Seu dia bom: a sexta-feira
Sua cor propícia: o verde
As flores do seus pendores:
Rosa, flor de macieira.
Gêmeos
De 21 de maio a 20 de junho
A mulher de gêmeos
Não sabe o que quer
Mas tirante isso
É uma boa mulher.
A mulher de gêmeos
Não sabe o que diz
Mas tirante isso
Faz o homem feliz.
A mulher de gêmeos
Não sabe o que faz
Mas por isso mesmo
É boa demais...
Câncer
De 21 de junho a 21 de julho
Você nunca avance
Em uma mulher de câncer.
Seu planeta é a lua
E a lua, é sabido
Só vive na sua.
É muito apegada
E quando pegada
Pega da pesada.
É a mulher que ama
Com muito saber
No tocante à cama
Não sei lhe dizer...
Leão
De 22 de julho a 22 de agosto
A mulher de leão
Brilha na escuridão.
A mulher de leão, mesmo sem fome
Pega, mata e come.
A mulher de leão não tem perdão.
As mulheres de leão
Leoas são.
Poeta, operário, capitão
Cuidado com a mulher de leão!
São ciumentas e antagônicas
Solares e dominicais
Ígneas, áureas e sardônicas
E muito, muito liberais.
Virgem
De 23 de agosto a 22 de setembro
Se Florence Nightingale era Virgem
Não sei... mas o mal é de origem.
mulher de virgem aceita a amante
Isto é: desde que não a suplante.
Sexo de consumo, pães-de-minuto
Nada disso lhe há de faltar
O condomínio é absoluto
A virgem é mulher do lar.
Opala, safira, turquesa
São suas pedras astrais
Na cuca muita esperteza
Na existência muita paz.

Libra
De 23 de setembro a 22 de outubro
A mulher de libra
Não tem muita fibra
Mas vibra.
Quer ver uma libriana contente?
Dê-lhe um presente.
Quando o marido a trai
A mulher de libra
balanças mas não cai.
Se você a paparica
Ela fica.
Com librium ou sem librium
Salve, venusina
Que guarda o equilíbrio
Na corda mais fina.
Escorpião
De 23 de outubro a 21 de novembro
Mulher de escorpião
Comigo não!
É Abelha Mestra
É a Viúva Negra
Só vai de vedete
Nunca de extra.
Cria o chamado conflito
de personalidades.
É mãe tirana
Mulher tirana
Irmã tirana
Filha tirana
Neta tirana
tirana tirana.
Agora, de cama diz
que é boa paca.
Sagitário

De 22 de novembro a 21 de dezembro
As mulheres sagitarianas
São abnegadas e bacanas
Mas não lhe venham com grossuras
Nem injustiças ou censuras
Porque ela custa mas se esquenta
E pode ser muito violena.
Aí, o homem que se cuide...
Também, quem gosta de censura!
Capricórnio
De 22 de dezembro a 20 de janeiro
A capricorniana é capricornial
Como a cabra de João Cabral.
Eu amo a mulher de capricórnio
Por que ela nunca lhe põe os próprios.
A caprina é tão ciumenta
Que até o ciúmes ela inventa.
Mulher fiel está aí: é cabra
Só que com muito abracadabra.
Suas flores: a papoula e o cânhamo
De onde vem o ópio e a maconha
Ela é uma curtição medonha
Por isso nos capricorniamos.
Aquário
De 21 de janeiro a 19 de fevereiro
Se o que se quer é a boa esposa
A aquariana pousa.
Se o que se quer é uma outra coisa
A aquariana ousa.
Se o que se quer é muito amor
A aquariana
É a mulher macho sim senhor.
Porém não são possessivas
Nem procuram dominar
Ou são meigas e passivas
Ou botam para quebrar.
Peixes
De 20 de fevereiro a 20 de março
Mulher de Peixe... peixe é
Em águas paradas não dá pé
Porque deslisa como a enguia
Sempre que entra numa fria.
Na superfície é sinhazinha
E festiva como a sardinha
Mas quando fisga um namorado
Ele está frito, escabechado.
É uma mulher tão envolvente
Que na questão do Paraíso
Há quem suspeite seriamente
Que ela era a mulher e a serpente.
Seu Id: aparentar juízo
Seu Ego: a omissão, o orgulho
Sua pedra astral: a ametista
Seu bem: nunca ser bagulho
Sua cor: o amarelo brilhante
Seu fim: dar sempre na vista.
escrito no papiro por ACCB às 12:55
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Segunda-feira, 22 de Maio de 2006

Saudade


*
Fim do Dia - (No lado quente da Saudade)
.
Esperei-te no fim de um dia cansado
À mesa do café de sempre
O fumo, o calor e o mesmo quadro
Na parede já azul poente
Alguém me sorri do balcão corrido
Alguém que me faz sentir
Que há lugares que são pequenos abrigos
Para onde podemos sempre fugir
Da tarde tão fria há gente que chega
E toma um café apressado
E há os que entram com o olhar perdido
À procura do futuro no avesso do passado
O tempo endurece qualquer armadura
E às vezes custa arrancar
Muralhas erguidas à volta do peito
Que não deixam partir nem deixam chegar
O escuro lá fora incendeia as estrelas
As janelas, os olhares, as ruas
Cá dentro o calor conforta os sentidos
Num pequeno reflexo da lua
Enquanto espero percorro os sinais
Do que fomos que ainda resiste
As marcas deixadas na alma e na pele
Do que foi feliz e do que foi triste
Sabe bem voltar a ver-te
Sabe bem quando estas ao meu lado
Quando o tempo me esvazia
Sabe bem o teu abraço fechado
E tudo o que me das quando és
Guarida junto à tempestade
Os rumos para caminhar
No lado quente da saudade
.
Mafalda Veiga
escrito no papiro por ACCB às 19:02
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Domingo, 21 de Maio de 2006

Lusitana Paixão

( Fado - Óleo sobre Tela - de Joaquim Rodrigues)

.

Fado

Chorar a tristeza bem

Fado adormecer com a dor

Fado só quando a saudade vem

Arrancar do meu passado

Um grande amor

Mas

Não condeno essa paixão

Essa mágoa das palavras

Que a guitarra vai gemendo também

Eu não, eu não pedirei perdão

Quando gozar o pecado

E voltar a dar a mim

Porque eu quero ser feliz

E a desdita não se diz

Não quero o que o fado quer dizer

Fado

Soluçar recordações

Fado

Reviver uma tal dor

Fado

Só quando a saudade vem

Arrancar do meu passado um grande amor

Mas não condeno essa paixão

Essa mágoa das palavras

Que a guitarra vai gemendo também

Eu não, eu não pedirei perdão

Quando gozar o pecado

E voltar a dar a mim

Eu sei desse lado que há em nós

Cheio de alma lusitana

Como a lenda da Severa

Porque eu quero ser feliz

E a desdita não se diz

O fado

Não me faz arrepender

.
Dulce Pontes : Lusitana paixão
Música: José da Ponte; Jorge Quintela
Letra:
José da Ponte; Fred Micaelo
In: "A brisa do coração", 1995Marlene A.Martins, Sandra Gaspar

escrito no papiro por ACCB às 08:47
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Quarta-feira, 17 de Maio de 2006

Quand il est mort le poète














.
O poeta....
Esconde os olhos...
A voz não lhe sai
por razões que diz

desconhecer.

O poeta...
fecha os olhos,
O olhar não lhe foge...
Ele foge
do olhar...


O poeta...
Anula o sonho
Afoga-o em silêncio
Porquê?

O poeta esconde a alma...
Afoga-a em ilusões
em momentos fugazes.

Porquê?..

O poeta não sabe...
O poeta não sabe!!!
O poeta não quer saber...
O poeta fugiu dele próprio

O poeta não tem Voz
Já não tem alma..
Perdeu o Olhar...

Será que o poeta...
existe(iu)?


ACCB - copyright

O som de fundo pode ser este -http://www.malhanga.com/musicafrancesa/becaud/poete.htm
escrito no papiro por ACCB às 22:44
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Segunda-feira, 15 de Maio de 2006

Ai, vem aí Agosto!


"Admite-se a entrada para a magistratura, de forma gradual, de não-licenciados em Direito".
.
Eu tenho andado calada.
O sapo era tão grande que nem o conseguia engolir...Nem que mo empurrassem pela boca abaixo...
Mas tirou-me o fôlego.
Apanhou-me num momento em que a vida me tem feito algumas surpresas pessoais e fiquei um pouco a marinar sobre o assunto.
Perante desgostos que nos atordoam até à alma, como a perspectiva de perder um amigo de infância dentro de um ano, mês, quem sabe de dias, as afirmações feitas pelo Sr Ministro da Justiça sobre o acesso aos Tribunais pelos homens e mulheres que julgam, deixam de ter importância.
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Perante uma doença que não pára para pensar, que avança avassaladora e destruidora sem pedir licença ou avisar..., que pensar de um Ministro que também não pára para pensar?!...
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Pois é.. mas não posso ficar à margem... ou melhor, o meu mau feitio, impele-me a despejar o veneno que sinto aqui, mesmo a queimar a língua, neste caso, a ponta dos dedos.
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E sabem que mais?
Se calhar o Ministro até nem está a ver mal as coisas.
Isto de ter um colectivo formado por um Juiz /Juiz, um Juiz/ Médico e um Juiz /Psiquiatra.........
Já me estou a imaginar a fazer colectivos com um médico tipo - " Serviço de Urgência" Com o perfil do George Clooney, e um Psiquiatra, assim estilo Júlio Machado Vaz...
As minhas colegas não estão a ver?
É muito mais emocionante.
Que eles não sabem?!
Não faz mal, estou lá eu a licenciada em Direito!...
E depois, nos crimes sexuais por exemplo o Júlio Machado Vaz sempre me ajudará muito melhor a avaliar as psicoses e problemas de um TS que se atira a miúdos pequenos ou espanca prostitutas até à morte e, o médico, o George Clooney, ( só pode ser esse estilo claro!) pode muito bem ensinar-me se, a ferida provocada por uma agressão, é contusa e porquê.
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Nos Juízos com Juiz singular é que eu não consigo ver a vantagem
Uma pessoa está para ali sózinha no seu Juízo, licenciada em direito, com um cursito de Direito de 5 anos e uma formaçãozita para magistrado de 3 anitos, e no Juízo ao lado está, por exemplo, o Professor Lobo Antunes a esquartejar a coluna cervical de um arguido qualquer, que se lembrou de traficar cocaína logo ali à esquina e aos olhos de todos...
É de nos sentirmos humilhados!
Pequeninos por trabalharmos ao lado de tão ilustres técnicos da área da medicina.
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( E é-o! Aqui não há qualquer dúvida nem intenção de atingir no que quer que seja tão ilustre neuro cirurgião e escritor. Apenas se tenta demonstrar que o verdadeiro e reconhecido e merecido mérito, que o tem !, não são tudo nesta função de Julgar e aplicar a Lei!)
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Como poderemos competir com médicos, engenheiros, sociólogos, psiquiatras, etc etc....ECONOMISTAS!!
A empresa na Hora!
Alguém pediu uma pizza em dia de futebol na TV?
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Não poderemos!
Evidente!
Porque o acesso far-se-á da forma mais rápida que for possível, a fim de evitar avaliações da preparação jurídica dos candidatos...
O ridiculo é que se pense que tal é viável.
O espantoso é que se pense que tal situação é aconselhável...
Meu Deus será que o Sr. Ministro é licenciado em Direito???
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Se a ideia é "criar as melhores condições para que haja uma magistratura enriquecida e dotada de todas as competências para enfrentar a variedade dos problemas que se colocam na actualidade", porque não dar uma melhor formação na Faculdade e no CEJ?
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Sem dúvida que o nosso curso de Direito, tendo em conta a forma como é ministrado na Faculdade, apenas nos ensina como procurar os temas nos livros e como trabalhá-los. É com a experiência que vivemos e aprendemos o direito.
Mas no CEJ não é bem assim. Embora se continue a continuidade dos temas de Direito, já há um contacto com a realidade e trabalham-se os temas ao vivo.Mas somos licenciados em Direito!
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Alargar os nossos horizontes, o que alguns de nós fazem por curiosidade e interesse, com cursos de formação por exemplo, seria mais sensato que chamar à demanda quem nada sabe da interpretação das leis.
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Claro rapidamente e, de preferência durante o Agosto que se avizinha.........Rápido e célere como tudo o que é asneira e precisa de ser feito sem que ninguém dê por isso.
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"A nossa ideia é favorecer tanto o acesso de pessoas com requisitos académicos que os qualifiquem para essas funções como também aqueles que, além dos requisitos académicos necessários, possuem experiências profissionais meritórias que as tornem valores que possam vir a enriquecer as magistraturas", observou Alberto Costa.
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Aqui apetece-me um diálogo do Iscas e do Piscas, personagens criadas por alguém que com frequência visita o meu Blog.
-
- Oh Piscas! Tás a ver oh meu? Carreiras Meritórias!
-
-Quê meu? Achas que a habilidade que temos para a burla e o pilhanço é de reconhecido mérito na área?
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E se nós em vez de pensarmos na mediação penal, fôssemos mas é pó o CEJ?
-
- Marotíssimo já tu és meu. Marotíssimo!
.
A Abertura do CEJ a outros domínios do saber, como a psicologia, a sociologia, a economia, a gestão, a informática, tem vindo a ser defendida pela actual directora, Anabela Rodrigues, a primeira responsável não magistrada a assumir aquele cargo .
A Drª Anabela Rodrigues voltou a referir-se a "uma nova formação orientada pelo princípio do conhecimento multidisciplinar", que envolva "pessoas de diversas formações académicas". Aquela professora catedrática tem vindo a defender uma profunda e radical alteração da lei do CEJ, ".
Parece-me que o que a Drª Anabela Rodrigues quis dizer e disse, nada tem que ver com a afirmação apressada e despida de qualquer ponderação , feita pelo Sr. Ministro.
Sejamos sensatos.
Estão a ver juristas, a ser cirurgiões?
E informáticos a condenar traficantes, homicidas e autores de crimes sexuais?
Seria mais ao menos assim: - Factos - enter - control alt delete!
.
O Governo quer as alterações concluídas ainda este ano.
Mas oiçam quem sabe.
O que a drª Anabela Rodrigues provavelmente quer e se aplaude, é que os formadores o sejam também das e, nas áreas como a Sociologia, a Psicologia, a Economia e/ ou a Medicina!
Aí sim, tem todo o meu aplauso e até um ALELUIA! que alguém acordou e viu que os licenciados em Direito não podem ser Ilhas, muito menos quando julgam e necessitam de uma formação extensa e alargada.
Na verdade quantas vezes nos debatemos com a necessidade de chamar peritos?
.
E se sabemos mais alguma coisa desta ou daquela área é porque estudamos sozinhos ou fazemos à nossa custa cursos de formação.
Calma senhor Ministro.....
Olhe a Lua....
A Drª Anabela apontou-lhe a Lua!
.
ACCB - Copyright
escrito no papiro por ACCB às 09:03
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Domingo, 14 de Maio de 2006

Homem forte



-
A força de um homem não se mede…
-
Pela largura dos seus ombros, mas pelos braços que o rodeiam;
*
Pelo tom profundo da sua voz, mas pela delicadeza das palavras que sussurra;
*
Pelo número de amigos que tem, mas por quão amigo deles consegue ser;
*
Pelo número de pessoas que o respeitam, mas pelo respeito que tem pelos outros;
*
Pelo número de mulheres que amou, mas pela intensidade com que ama uma mulher;
*
Pela dureza com que bate, mas pela delicadeza com que toca.
+
-
(Maxine Chong)
.
Gentilmente cedido, oferecido, ...por: -http://terrasdelisboa.blogspot.com/
escrito no papiro por ACCB às 23:15
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...

( Foto de Frederic Gaillard )
*
-
Não tenho mais palavras.
.
Gastei-as a negar-te...
( Só a negar-te eu pude combater o terror de te ver em toda a parte)
*
Miguel Torga
escrito no papiro por ACCB às 00:40
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Sábado, 13 de Maio de 2006

Em Tom de fado


.

É no sonho que me perco
Na saudade de te ter
No inferno de te não ver
na lembrança de seres meu
.
Que me fizeste amor
Deixaste-me no coração
Uma dor
um sofrimento
um querer e não querer
um amar-te uma paixão
.
Esta ferida que me abriste
O tempo pode fechar
Mas não sei se a cicatriz
é de dor ou de te amar
.
Nem sei se quero curar
Esta dor que me atormenta
Passe o tempo que passar
A paixão dói e aumenta
.
Foi tudo por um ciúme
Uma palavra infeliz
tanto tempo para ser tua
valeu a pena
o que quis?
.
Vem mas não voltes amor
Deixa-me ficar meio perdida
Em jeito de desamor
Em jeito de já esquecida
.
Se voltarmos a sentir
Em uníssono, este fado
Atormentar os sentidos
Queimar a alma dorida
.
Voltaremos como antes
Em desespero e pecado
Ao beijo sempre já dado
À paixão nunca esquecida
A consumir a ternura
A abrir mais uma ferida
A respirar a loucura
A viver a nossa Vida.
.
.
......
Fado perdido por aí
tags:
escrito no papiro por ACCB às 00:11
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Sexta-feira, 12 de Maio de 2006

Do amar com amor


*
Como um barco assim cheguei
na calma ondulação das tardes
e a ti eu aportei...
.
E lento eu desfiz
a armação das velas e te amei
enquanto o sol brilhava...
.
E nas gotas que ficaram
nas curvas do teu corpo
dos suores de nós...
.
Reentrei firme e fundo
e nessas águas inventamos
o caminho para casa...
.
(Poema de Eduardo Leal)
http://portuguesapoesia.blogspot.com/
escrito no papiro por ACCB às 22:10
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Sonata de Outono


Inverno não ainda mas Outono
a sonata que bate no meu peito
poeta distraído cão sem dono
até na própria cama em que me deito.

Acordar é a forma de ter sono
o presente o pretérito imperfeito
mesmo eu de mim próprio me abandono
se o rigor que me devo não respeito.

Morro de pé, mas morro devagar.
A vida é afinal o meu lugar
e só acaba quando eu quiser.

Não me deixo ficar. Não pode ser.
Peço meças ao Sol, ao céu, ao mar
pois viver é também acontecer.

--
Ary dos Santos
escrito no papiro por ACCB às 01:25
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Quinta-feira, 11 de Maio de 2006

C' est si bon



C'est si bon

.
Yves Montand


C'est si bon
De partir n'importe ou,
Bras dessus, bras dessous,
En chantant des chansons.
C'est si bon
De se dir' des mots doux,
Des petits rien du tout
Mais qui en disent long.
En voyant notre mine ravie
Les passants, dans la rue, nous envient.
C'est si bon
De guetter dans ses yeux
Un espoir merveilleux
Qui donne le frisson.
C'est si bon,
Ces petit's sensations.
Ca vaut mieux qu'un million,
Tell'ment, tell'ment c'est bon.
Vous devinez quel bonheur est le nôtre,
Et si je l'aim' vous comprenez pourquoi.
Elle m'enivre et je n'en veux pas d'autres
Car elle est tout's les femmes à la fois.
Ell' me fait : "Oh !". Ell' me fait : "Ah !".
C'est si bon
De pouvoir l'embrasser
Et pui de r'commencer
A la moindre occasion.
C'est si bon
De jouer du piano
Tout le long de son dos
Tandis que nous dansons.
C'est inouï ce qu'elle a pour séduire,
Sans parler de c'que je n'peux pas dire.
C'est si bon,
Quand j'la tiens dans mes bras,
De me dir'que tout ça
C'est à moi pour de bon.
C'est si bon,
Et si nous nous aimons,
Cherchez pas la raison :
C'est parc'que c'est si bon,
C'est parce que c'est si bon,
C'est parce que c'est si bon.
escrito no papiro por ACCB às 18:55
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para mim

escrito no papiro por ACCB às 08:16
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Quarta-feira, 10 de Maio de 2006

A propósito de caminho e Fernão Capelo Gaivota

Com as flores do salgueiro
Um mar azul pintou de branco o vôo das gaivotas

*

Masuda Goga (japonês)
escrito no papiro por ACCB às 12:02
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Terça-feira, 9 de Maio de 2006

A propósito de Caminho


"Caminante no hay camino, se hace camino al andar... "

António Machado
*
A propósito do caminho do José. - http://colacojose.blogspot.com/ -
escrito no papiro por ACCB às 19:27
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Domingo, 7 de Maio de 2006

Dia da Mãe


( Para a minha filha sobre o dia em que nasceu)


Havia uma madrugada serena e confortante

Um sinal de parto nos olhos de uma mãe

havia um querer ser e continuar no tempo

Um permanecer e existir num astro...


As horas percorriam o tempo certo para se nascer

a dor se fez luz e o esgar sorriso

Do choro se fez Vida e da vida Amor

e as duas olharam-se toda a noite no calor de uns braços de mulher

A que só os Deuses têm direito!!!

23.8.04 (Mãe)

************************************************

( Ao meu filho sobre o dia em que nasceu por causa de um poema que a irmã me deu)


A noite rompeu a aurora como a torrente de um rio rompe a terra

Havia um cheiro a fúria de viver
No tempo, no espaço, entre os Homens.

As horas galoparam à garupa dos minutos
Rebeldes e sadias num espaço infinito

A Vida esperava-te de braços abertos enérgicos e francos


Nasceste e não choraste logo...porque tinhas pressa de viver
Mas não pudeste conter por muito tempo um grito forte

de quem sai para o Mundo e reclama o espaço.

E marcaste o território como quem diz: " É MEU!"
E exigiste ser, ficar e sentir
Abriste caminho e continuarás a abrir
Como o rio rompe a terra em que nasceu.

23.8.04 ( a Mãe)



escrito no papiro por ACCB às 18:06
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Sábado, 6 de Maio de 2006

...


*
Ainda Que Mal Pergunte
Ainda que mal te pergunte,
Ainda que mal respondas;
Ainda que mal te entenda,
Ainda que mal repitas;
Ainda que mal insistas,
Ainda que mal desculpes;
Ainda que mal me exprima,
Ainda que mal me julgues;
Ainda que mal me mostre,
Ainda que mal te encare,
Ainda que mal te furtes;
Ainda que mal te siga,
Ainda que mal te voltes;
Ainda que mal te ame,
Ainda que mal o saibas;
Ainda que mal te agarre,
Ainda que mal te mates;
Ainda assim, pergunto: Me amas?
E me queimando em teu peito
Me salvo e me dano...
...de AMOR!!!
*
Fernando Pessoa
escrito no papiro por ACCB às 19:59
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Quinta-feira, 4 de Maio de 2006

Dão-se alvíssaras a quem adivinhar onde é




escrito no papiro por ACCB às 22:08
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01.02.03.04.05.06


PARA OS AMANTES DE CURIOSIDADES:
.

Quando for 1:00 AM, 2 MINUTOS E 3 SEGUNDOS DE QUARTA FEIRA 4 DE MAIO DE 2006
ÀS HORAS E O DIA SERA ASSIM :
.
01:02:03 04-05-06
.
ISTO NUNCA MAIS VAI ACONTECER NA SUA VIDA
escrito no papiro por ACCB às 13:02
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